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Travessia do Mar Vermelho

Redação – (Segunda-feira, 20-04-2015, Gaudium Press) – O povo hebreu – aproximadamente 2,5 milhões de pessoas – caminhava pelo deserto, sob o comando de Moisés e orientado por uma coluna de nuvem, durante o dia, e por uma coluna de fogo, à noite.

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Gravíssimo pecado dos israelitas

Entretanto, o faraó arrependeu-se de ter permitido a saída dos israelitas e, com todo o seu exército, começou a persegui-los.

Em determinado momento, os hebreus viram os carros e os cavaleiros do Egito que se aproximavam. Aterrorizados, disseram a Moisés que eles preferiam servir como escravos aos egípcios, em paz, do que morrer no deserto. (cf. Ex 14, 10-12).

“Aqui transparece como Moisés precisou vencer resistências para convencê-los a sair do Egito. Eles entraram, portanto, no deserto com alma minguada. Assim que se apresentou uma ocasião, cometeram infidelidade e demonstraram sua ingratidão. O normal seria que dissessem a Moisés: ‘Tu que provaste ser enviado de Deus, por favor, reza agora conosco e nos salva.’ Não. Fizeram recriminações: ‘Nós tínhamos razão e não tu. Vamos nos render e nos entregar!’

É uma espécie de aversão a Deus, chegando ao ponto de querer regressar ao cativeiro. Em vez da solução confiante, tão suave e doce, optaram pela desconfiança e a vontade de voltar para a escravidão.

Antepor os egípcios a Moisés não é a mesma coisa que preferir Barrabás a Jesus? Pois isto faz todo aquele que se deixa tentar na Fé ou numa virtude decorrente dela: a confiança”.

Uma muralha à direita, e outra à esquerda

E o profeta respondeu-lhes: “Não temais! Permanecei firmes e vereis a vitória que o Senhor hoje vos dará. Pois os egípcios que hoje estais vendo, nunca mais os tornareis a ver. O Senhor combaterá por vós; e vós, ficai tranquilos.” (Ex 14, 13-14).

Então o Anjo do Senhor, que caminhava à frente das tropas de Israel, colocou-se atrás delas, o mesmo sucedendo com a coluna de nuvem, que era tenebrosa para os egípcios, mas luminosa para os hebreus; “de modo que durante a noite inteira uns não podiam ver os outros” (Ex 14, 20).

Obedecendo a Deus, Moisés ergueu seu cajado sobre as águas do Mar Vermelho, as quais “se dividiram e os israelitas entraram pelo meio do mar a pé enxuto, enquanto as águas formavam uma muralha à direita e outra à esquerda deles” (Ex 14, 21-22). E chegaram do outro lado sem dificuldade. Afirma o Apóstolo que por esse milagre os hebreus “foram batizados em Moisés” (I Cor 10, 2).

Vendo aquela passagem seca, as tropas egípcias puseram-se a percorrê-la, mas Deus lançou um olhar contra elas que as pôs em pânico, e as rodas dos seus carros emperraram. Então, os egípcios gritaram: “Vamos fugir de Israel, pois o Senhor combate a favor deles, contra nós!” (Ex 14, 25).

Entretanto, sempre atendendo às ordens divinas, Moisés estendeu seu cajado sobre o mar, ao raiar do dia. E “as águas voltaram e cobriram carros, cavaleiros e todo o exército do faraó, que tinha entrado no mar em perseguição a Israel. Não escapou um só” (Ex 14, 28).

Cântico de Moisés

Então, Moisés e todo o povo de Israel entoou um cântico (cf. Ex 15, 1-18), do qual destacamos algumas passagens:

O Senhor é um guerreiro, precipitou no mar os carros do faraó e seu exército.

Tua direita, Senhor, majestosa em poder, destroça o inimigo, desencadeias Teu furor, que os consome como palha.

Os povos ouviram e se alarmaram; caíram sobre eles o espanto e o pavor.

Introduzirás o povo que adquiriste no santuário que Tuas mãos fundaram. O Senhor reina por todo o sempre.

Esse grandioso hino “é associado ao triunfo da Igreja durante os últimos dias do mundo”. Diz o Apocalipse: “Todos aqueles que saíram vitoriosos do confronto com a Fera – o Anticristo – […] entoavam o cântico de Moisés” (Ap15, 3).

Em seguida, Maria, irmã de Moisés, tomou um tamborim e começou a cantar; atrás delas saíram todas as mulheres com pandeiros nas mãos, e dançando. E Maria repetia em alta voz:

“Cantai ao Senhor porque estupenda foi a vitória; cavalo e cavaleiro Ele jogou no mar” (Ex 15, 21).

Que Nossa Senhora nos conceda uma confiança inabalável de que Ela intervirá nos atuais acontecimentos, dando a vitória aos verdadeiros filhos da Santa Igreja.

Por Paulo Francisco Martos
(in Noções de História Sagrada – 24)

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1 – CORRÊA DE OLIVEIRA, Plinio. Moisés, prefigura do Redentor, in Dr. Plinio, n. 90, setembro 2005, p. 27-28.

2 – FILLION, Louis-Claude. La Sainte Bible commentée. 6. ed. Paris: Letouzey et ané. 1923, v. 1, p. 235.

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