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"Para além das dores e sofrimentos encontra-se a salvação", diz o Bispo de Cornélio Procópio

Cornélio Procópio – Paraná (Segunda-Feira, 13/04/2015, Gaudium Press) Em seu artigo semanal, o Bispo da Diocese paranaense de Cornélio Procópio, Dom Manoel João Francisco, reflete sobre o Ano da Misericórdia. Ele inicia o texto, afirmando que o segundo domingo da Páscoa, que uma devoção polonesa prefere chamar “da Divina Misericórdia”, foi escolhido pelo Papa Francisco para divulgar a Bula que institui o Ano Santo da Misericórdia a ser iniciado no dia 8 de dezembro.BISPO DE CORNÉLIO PROCÓPIO.jpg

Conforme o Prelado, o Papa Francisco desde o início de seu pontificado tem chamado a atenção para a importância da misericórdia em nossas vidas de cristãos e de cristãs. Ele recorda que quatro dias após sua eleição, na paróquia de Santa Ana, no Vaticano, fez a seguinte declaração: “A mensagem de Jesus é a misericórdia. Para mim, digo-o humildemente, é a mensagem mais forte do Senhor”.

Também em sua viagem de volta do Brasil, em julho de 2013, o Pontífice retomou o tema e declarou aos jornalistas que o entrevistavam: “Eu creio que este é o tempo da misericórdia”. E numa recente carta à Universidade Católica da Argentina, o Papa classificou a misericórdia como “essência do Evangelho”.

“Este destaque do Papa Francisco para o tema da misericórdia pode até parecer novo, mas de fato não o é. A Misericórdia está para a nossa redenção assim como a Palavra está para a criação. Como de tudo o que existe nada foi criado sem a Palavra (cf Jo 1,3) assim, ninguém será salvo sem a Misericórdia”, destaca o Bispo.

Ainda de acordo com Dom Manoel, por misericórdia e somente por misericórdia Deus se aproximou do seu povo, envergonhado e acabrunhado sob o peso dos pecados pessoais e estruturais, perdoando a sua culpa e libertando-o da opressão (cf Is 54,4-13). Ele lembra que, movido de misericórdia, ao jovem que abandonou a própria família e esbanjou os bens em futilidades, o pai restituiu a dignidade de filho e de irmão (cf. Lc 10,30-37).

“A fonte da misericórdia é Deus que não quer a morte do pecador, mas que se converta e viva (Ez 18,23.32; 33,11; 2Pd 3,9). Para ser fiel a Deus o ser humano precisa adquirir afinidade com ele, que só se alcança a partir da experiência de pobreza e impotência diante do pecado pessoal e estrutural, acompanhada da experiência do amor e da misericórdia de Deus. Quanto mais experimentamos a misericórdia e o amor de Deus, tanto mais misericordiosos e compreensivos seremos diante da miséria e do pecado no mundo”, ressalta.

Para concluir, o Prelado afirma que movido de misericórdia o cristão assume, dentro e fora de si, as dores e os sofrimentos dos irmãos e irmãs, na certeza de que para além das dores e sofrimentos, encontra-se a salvação. Segundo ele, a misericórdia não permite a condenação, muito menos a destruição de quem provoca dores e sofrimentos.

“Para quem é movido de misericórdia, está fora de cogitação qualquer tipo de justiça pelas próprias mãos, ou de tortura, mesmo quando praticada por autoridades constituídas. Por misericórdia, o cristão, a exemplo do Mestre, é capaz de deixar-se pregar na cruz, mas não aceita que seus irmãos e irmãs, os demais homens e mulheres, inclusive os inimigos, sejam crucificados”, finaliza. (FB)

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