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"A Alegria do Evangelho enche o coração e a vida inteira", diz Bispo de Umuarama

Umuarama – Paraná (Quinta-Feira, 02/04/2015, Gaudium Press) Dom João Mamede, Bispo da Diocese de Umuarama, no Estado do Paraná, fala em seu mais recente artigo que o Documento de Puebla, da 3ª Conferência Episcopal Latino-americana, tem uma passagem que merece ser lembrada de modo especial. Segundo ele, é a que confronta as diversas filosofias e concepções do ser humano vigentes na atualidade com a concepção cristã (n.308s).

São elas: Visão determinista, que considera a pessoa prisioneira das formas mágicas de ver o mundo, em que o ser humano é vítima de forças ocultas. Ao ser humano não cabe outra atitude a não ser colaborar com essas mesmas forças e aniquilar-se diante delas; Enfoque psicologista, que reduz o ser humano ao seu psiquismo, e o faz vítima do instinto fundamental erótico, privado da liberdade e fechado a Deus e aos semelhantes. A religião, a cultura e a história, seriam sublimações do instinto sensual; Enfoque economicista, que vê a pessoa como peça da máquina da produção industrial, em que ela vale pelo que produz e pelo que consome; Enfoque cientificista, em que só reconhece como verdade aquilo que a ciência pode demonstrar, e em nome dela tudo se justifica, inclusive o que constitui afronta à dignidade humana.

“A esta altura a assembleia se pergunta: E nós, Pastores do Povo de Deus, com que concepção do ser humano atuamos? Resposta: O ser humano foi criado para a liberdade, pois para a ‘liberdade Cristo nos libertou’ (Gl 5,1). Mas, o que é a liberdade? É ser dono de si. Até aqui os filósofos – Kant, por exemplo, – já tinham chegado. Ele define a liberdade como a capacidade de fazer uso de si mesmo. Quero parar de fumar, não consigo. Determino-me pular da cama às 6h, não consigo. Não sou livre. Não sou capaz de me dar comando. Mas ser dono de si para quê? Aí vem a marca cristã da liberdade: Ser dono de si para se colocar a serviço dos irmãos. Como Deus que se doa por todos nós, imagens d´Ele.”

Segundo o Prelado, o Papa Francisco começa a Exortação Apostólica Evangelii Gaudium dizendo: “A Alegria do Evangelho enche o coração e a vida inteira daqueles que se encontram com Jesus. Quantos se deixam salvar por ele são libertados do pecado, da tristeza, do vazio interior, do isolamento”. Dom Mamede recorda que, no segundo parágrafo, o Pontífice fala do risco que estamos correndo, do perigo, da espada pendurada sobre a nossa cabeça hoje: “numa sociedade que põe à nossa disposição uma avassaladora oferta de consumo e prazer, embarcarmos no consumismo, ficarmos com um coração egoísta e acabarmos num isolamento triste”.

O Bispo exemplifica: você liga a TV e se entretém com ela a manhã inteira, vendo e ouvindo coisas que não nos ajudam a viver; passa a manhã inteira e a gente não pensa nem em si, nem nos outros, nem na vida! Outro exemplo, de acordo com ele, é a internet: os jovens vivem conectados, e não nos interessamos mais pelos outros, acabando numa consciência isolada, entupidos de informações inúteis e prazeres superficiais.

“E a proposta do Santo Padre, qual é? É partirmos para a cultura do encontro, para o exercício do dom de nós mesmos aos outros como atenção, interesse por eles, como cuidado para com cada um. Esta é a chance de escaparmos do perigo que nos ameaça e bebermos a Alegria do Evangelho”, conclui. (FB)

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