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"Todos somos filhos do ventre de uma mulher", diz o Arcebispo de Maringá

Maringá – Paraná (Segunda-Feira, 09/03/2015, Gaudium Press) Dom Anuar Battisti, Arcebispo de Maringá, no Estado do Paraná, escreveu um artigo sobre o Dia Internacional da Mulher, festejado ontem, dia 8 de março. No início de sua reflexão ele afirma que para elas e por elas se voltam os mais variados olhares.

Segundo o Prelado, se voltam os olhares de dignidade de uma criatura humana criada à imagem e semelhança de Deus, até os olhares de exploração, de escravidão, de marginalização, de redução a objetos descartáveis no uso e abuso, em nome da liberdade, matando a dignidade do ser mulher. Para o Arcebispo, infelizmente, a cultura do prazer, dentro da cultura do consumismo, matou e mata a finalidade principal do ser humano que é ser feliz e não ter apenas momentos felizes.

Dom Anuar ainda cita que, recentemente, o Papa Francisco, na reunião do Pontifício Conselho para a Cultura recordou: “Superadas as fases da subordinação social e da igualdade absoluta, configurou-se agora um novo paradigma, o da reciprocidade na equivalência e na diferença. Isto é, a relação homem-mulher deveria reconhecer que ambos são necessários enquanto possuem uma idêntica natureza, mas com modalidades próprias. No âmbito desta reciprocidade, infelizmente, o corpo feminino – símbolo de vida é agredido e deturpado inclusive pelos companheiros de vida”.

Naquela ocasião o Pontífice também afirmou: “As tantas formas de escravidão, de mercantilização, de mutilação do corpo das mulheres nos comprometem, portanto, a trabalhar para derrotar esta forma de degradação que o reduz a um puro objeto de venda nos vários mercados. Desejo chamar à atenção, neste contexto, para a dolorosa situação de tantas mulheres pobres, obrigadas a viver em condições de perigo, de exploração, relegadas às margens das sociedades e vítimas de uma cultura do descartável”.

Além disso, o Prelado salienta que o Papa Francisco volta ao tema do espaço da mulher na Igreja recordando que é preciso estudar critérios e modalidades novas para que as mulheres não se sintam hóspedes, mas plenamente partícipes dos vários âmbitos da vida social e eclesial.

Já com relação ao papel da mulher na Igreja, o Pontífice se diz convicto da urgência de oferecer espaços às mulheres, levando em consideração as específicas e diversificadas sensibilidades culturais e sociais. “É desejável, portanto, uma presença feminina mais ramificada e incisiva nas comunidades, de modo que possamos ver muitas mulheres envolvidas nas responsabilidades pastorais, no acompanhamento de pessoas, famílias e grupos, assim como na reflexão teológica.”

Por fim, o Papa Francisco encorajou ainda a presença eficaz das mulheres na esfera pública, no mundo do trabalho e nos locais onde são adotadas as decisões mais importantes. “Todas as instituições, inclusive a comunidade eclesial, são chamadas a garantir a liberdade de escolha para as mulheres, para que tenham a possibilidade de assumir responsabilidades sociais e eclesiais, num modo harmônico com a vida familiar.”

Dom Anuar acredita que diante das palavras do Pontífice a presença e atuação da mulher nos mais variados campos da sociedade e da Igreja trará, além da competência, outro aspecto fundamental e necessário que é a ternura nas relações humanas.

“Que este dia não seja só de homenagens ou condecorações frias e protocolares, e sim de uma tomada de consciência diante do valor da vida e da vida daquelas que são capazes de gerar a vida. Todos somos filhos do ventre de uma mulher. ‘Bendito o ventre que te trouxe e os seios que te amamentaram’. Respeito, dignidade, valorização, nunca é demais para se viver bem”, concluiu o Arcebispo. (FB)

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