"Que o Senhor nos ensine a servir todos", diz o Bispo de Santa Cruz do Sul
Santa Cruz do Sul – Rio Grande do Sul (Sexta-Feira, 13/02/2015, Gaudium Press) “Igreja e Sociedade” é o título do mais recente artigo de Dom Canísio Klaus, Bispo da Diocese de Santa Cruz do Sul, no Rio Grande do Sul. Ele afirma que na quarta-feira de cinzas, dia 18 de fevereiro, a Igreja Católica lançará a 51ª Campanha da Fraternidade em terras brasileiras.
Segundo o Prelado, o bjetivo é aprofundar os laços de fraternidade entre as pessoas e comunidades, com o intuito de melhorar as condições de vida do povo. Com o tema “Fraternidade – Igreja e Sociedade” e o lema “Eu vim para servir”, o Bispo explica que a Igreja entende que está no mundo para, assim como Jesus Cristo, servir e não para ser servida, e a visualização deste serviço vem retratada no cartaz da campanha, onde encontramos o Papa Francisco lavando os pés de um fiel na Quinta-Feira Santa de 2014.
“O caminho para que a Igreja possa cumprir com sua missão de servidora é o diálogo com as diversas instituições e organizações da sociedade. Isso para evitar três perigos, que poderíamos também chamar de três tentações presentes no relacionamento entre a Igreja e a Sociedade”, destaca.
Conforme Dom Canísio, o primeiro é a Igreja agir como detentora absoluta da verdade, impondo a sua doutrina e concepção de organização a toda a sociedade sem se importar com a diversidade de ideologias, culturas e credos que compõem o conjunto da população do Brasil.
Ele salienta que o segundo perigo é a sociedade ignorar totalmente a presença da Igreja, não levando em consideração a sua existência e a fé dos seus fiéis. O Bispo recorda que em 1962, o então Arcebispo de Porto Alegre, Dom Vicente Scherer, afirmava que “a doutrina cristã tem repercussões irreprimíveis em todos os atos e setores da vida humana. Jamais os poderosos da terra encontrarão na Igreja um instrumento dócil e submisso para seus desígnios de mando irrestrito”.
Um outro perigo, de acordo com o Prelado, ainda é o de a sociedade perseguir a Igreja ou cobrar dela serviços que ela não consegue executar ou que não fazem parte da sua missão, que é de cunho religioso. “Sua ação evangélica repercute, porém, na organização e no fortalecimento da comunidade humana” (Texto Base da CF, n. 154).
Por causa da sua missão “em favor do bem integral da pessoa humana”, ganha importância o “diálogo cooperativo fraterno e enriquecedor com a realidade social e as instâncias representativas da ordem social” (Idem n. 59). Os critérios “a partir dos quais a Igreja discerne a oportunidade e o estilo de seu diálogo e de sua colaboração com a sociedade, são a dignidade da pessoa humana, o bem comum e a justiça social”.
Por fim, Dom Canísio convida os grupos de família, as comunidades e os diversos grupos da Igreja a aproveitarem este tempo de graça que a Campanha da Fraternidade oferece para aprofundarem os laços de diálogo e cooperação com as organizações da sociedade.
“Tomem o Texto Base em suas mãos. Rezem muitas vezes a oração da CF e cantem o Hino da Campanha. Mostrem para todos que a Igreja quer ser servidora, assumindo funções concretas na defesa e promoção da vida das pessoas que são pobres, estão enfermas ou sendo marginalizadas pelos detentores do poder. Que o Senhor nos ensine a servir todos e nos abençoe nesta caminhada quaresmal”, conclui. (FB)
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