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Polônia realiza congresso sobre a presença da Cruz em espaços públicos

Lublin – Polônia (Segunda-feira, 17-11-2014, Gaudium Press) A Universidade Católica de Lublin foi a sede do Congresso “A presença da Cruz no espaço público dos países europeus” no qual se analisaram durante dois dias os aspectos da expressão pública da Fé através dos símbolos religiosos. O tema foi abordado em diversas cortes europeias a raiz de demandas que abriram uma controvérsia sobre a suposta incompatibilidade da presença do crucifixo ou outros símbolos religiosos e a liberdade de cultos, proposição que foi rechaçada em várias ocasiões.

Dom Stanislaw Budzik, Arcebispo de Lublin, recordou o profundo sentido que a imagem religiosa de Cristo crucificado tem para os crentes, já que “a Cruz não é a morte de Deus, mas o nascimento do amor no mundo”. Para os cristãos, a Cruz de Cristo é fonte de valentia e impulsiona “a revolução do amor”, valorizada desde o início do cristianismo como mostra da sabedoria e o poder de Deus.

O crucifixo na Europa

Especialistas como o Padre Peter Stanisz, Decano da Faculdade de Direito, Direito Canônico e Administração da Universidade Católica de Lublin, recordaram como a Corte Europeia de Direitos Humanos em Estrasburgo respaldou esta expressão religiosa nas escolas da Itália. Segundo os juristas, a presença do crucifixo não violenta as liberdades individuais nem viola o direito dos pais a eleger o tipo de educação que se oferece a seus filhos. Também se argumentou que a Cruz não é só um símbolo religioso, mas um patrimônio cultural profundamente arraigado na história europeia. O Dr. Michael Rynkowski, especialista em direito internacional que trabalha na Direção Geral de Educação e Cultura da Comissão Europeia explicou que não é provável que a União Europeia regule a matéria, mas que se conserve a autonomia de cada país nas normativas relacionadas.

O Professor Philippe Nelidoff da Universidade de Toulouse, França, comentou sobre a realidade francesa, país onde foram retirados os símbolos religiosos dos edifícios públicos com exceção de Toulouse, onde a Corte de Apelações ainda conserva um crucifixo. Também se eliminou a fórmula de juramento que faz menção a Deus, ainda que se conservem canais de diálogo sobre projetos nacionais que possam suscitar polêmica, situação similar a da Igreja na Alemanha.

O Padre Peter Stanisz expressou que os diferentes oradores, ao retratar as diversas situações dos países europeus entorno da exibição de símbolos religiosos, mostraram a importância que isto tem para os crentes e a sociedade. “É muito mais fácil de entender agora a necessidade da colocação da Cruz em um espaço público”, expressou em sua intervenção conclusiva. A Cruz, afirmou, não é só um símbolo, seja religioso ou cultural, mas constitui uma identidade.

“Existe uma grande diversidade em termos de aproximação à presença do crucifixo nos países europeus no espaço público. Isto é devido a tradição, a cultura e a identidade da comunidade”, explicou, deixando como exemplo a realidade dos países pós-comunistas, onde a presença da Cruz é um valor supremo porque está associada à história dolorosa da nação. (GPE/EPC)

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