"Jesus nos enriqueceu com a graça da Redenção", diz Bispo gaúcho

Passo Fundo – Rio Grande do Sul (Terça-Feira, 23/09/2014, Gaudium Press) Dom Urbano Allgayer, Bispo Emérito da Arquidiocese de Passo Fundo, no Rio Grande do Sul, em seu artigo semanal continua a meditação sobre o Rei Salomão sua riqueza e sua decadência. O Prelado afirma que Salomão construiu um rico palácio real, e o seu reino, conforme a Bíblia, se estendia desde as fronteiras do Egito até os grandes rios da Babilônia.

Para o Bispo, o compilador deuteronômico agrupou os revezes de Salomão e o seu harém era constituído de 700 mulheres e 300 concubinas. Segundo Dom Allgayer, esse exagero numérico representa a ostentação da riqueza do grande reino, mais do que excesso de concupiscência. Ele recorda que uma das mulheres, que formava um conchavo, levou Salomão à idolatria, à construção de templos a Moloe e a outros deuses e deusas, desagradando a Jahvé – Deus.

“Seduzido por mulheres pagãs, sofria grandes desgostos. Os elevados custos da corte levaram uma minoria ao acúmulo da riqueza e grande multidão à pobreza. Os impostos escorchantes induziram o país à rebelião entre as tribos de Judá e Benjamim, em conflito com as outras dez tribos, donde resultou a divisão. Dois herdeiros de Salomão, Roboão e Jeroboão, dividiram o país em dois reinos: Judeia com Jerusalém de capital e Israel com Siquém e mais tarde Samaria como capital”, completa.

De acordo com o Prelado, resta uma questão: Como teria Jesus Cristo, descendente longínquo de Salomão, considerado o governo de seu ascendente do passado de quase mil anos? Como resposta, Dom Allgayer cita Mateus: “Olhai as aves do céu; não semeiam nem colhem. No entanto, vosso Pai Celeste as alimenta… Aprendei dos lírios dos campos, como crescem, não trabalham nem fiam. E no entanto nem Salomão em toda a sua glória se vestiu como um deles. Deus vestiu assim as ervas do campo” (Mt 6,26 – 30). E disse ainda: “As raposas têm tocas e as aves do céu têm ninhos; mas o Filho do Homem não tem onde reclinar a cabeça” (Mt 8,2).

Por fim, o Bispo ressalta que esses ditos de Jesus mostram a radical diferença entre Salomão e seu descendente Jesus Cristo: Salomão vivendo na glória mundana, no fausto da riqueza, na devassidão da imoralidade, e seu descendente Jesus vivendo na simplicidade, no despojamento; viveu e morreu pobre, para nos enriquecer com a graça da Redenção. (FB)