Bispo de Bagdá pede que cristãos iraquianos não tenham medo
Cidade do Vaticano (Segunda, 20-07-2009, Gaudium Press) A comunidade cristã iraquiana “participou regularmente das funções dominicais” ainda que em um “clima de medo por possíveis novos ataques”. “Pedi aos fiéis para que tenham coragem, mas fica o temor por uma possível nova fuga de cristãos do Iraque”. As afirmações são do bispo auxiliar de Bagdá Shlemon Warduni, uma semana após os ataques a diversas igrejas cristãs do país, em Bagdá e Mossul.
“Correu bem”, comentou o prelado sobre as missas deste domingo. “Houve grande participação dos fiéis, tanto nas funções da manhã quanto nas da tarde, que registram somente uma pequena queda”. O prelado fez um pedido a comunidade cristã a “vir à missa”, ao que “os fiéis responderam com coragem”. Monsenhor Warduni não esconde o perigo de uma “nova fuga dos cristãos do Iraque” e explica que “é normal este sentimento de medo, alimentado por mortos, feridos e destruição”.
“Pedi aos fiéis para que permaneçam, porém devemos dar-lhes garantia de segurança, possibilidade de trabalho, de um futuro. Sem estes pressupostos, o que podemos dizer-lhes?” Em Mossul, a comunidade cristã denuncia a falta de uma tomada de posição forte após o ataque à Igreja da Madonna de Fátima, no último dia 13 de julho. Agências de notícias confirmam o posicionamento de tropas nos arreadores das igrejas; a polícia montou diversos pontos de controle para garantir o andamento normal das cerimônias de domingo.
O clima de desconfiança e insegurança geral faz voltar da atualidade o projeto de criação de uma zona cristã no norte do país. Essa se tornaria uma zona de proteção entre curdos e árabes e se distingue da maioria dos líderes cristãos. Baseando-se em razões humanitárias e de segurança, os contrários à área afirmam que a ideia esconde na verdade interesses econômicos e negociatas para a construção de casas e alojamentos que muitos ambicionam.
Também o reverendo Samuel Kobi, secretário do World Council of Churches (WCC) – Conselho Global das Igrejas – manifestou sua solidariedade aos cristãos iraquianos.
“Ainda em meio ao ódio e à agressão, continuem a dar testemunho do amor e da paz em Jesus Cristo”, pede em carta. Ele anunciou, além disso, que o Conselho está organizando uma visita ao Iraque.
“É provável que os representantes do Conselho façam uma etapa nos lugares dos atentados para demonstrar “solidariedade e apoio”, adiantou.
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