Família: tema que chega ao coração da Igreja, diz Dom Paglia, em congresso no Panamá

Cidade do Panamá – Panamá (Sexta-feira, 08-08-2014, Gaudium Press) – “Se quisermos avançar no caminho do verdadeiro desenvolvimento do ser humano, a perspectiva da família é essencial. Em primeiro lugar, porque a família é uma forma social única, que permite articular dois tipos de relacionamento: a relação entre os sexos (masculino-feminino) e a geracional (pai-mãe-filhos)”.

Estas foram palavras do Presidente do Pontifício Conselho para a Família, Dom Vincenzo Paglia, ditas ontem durante o “I Congresso Latino-americano da Pastoral Familiar” que está sendo realizado na Cidade do Panamá, no Panamá. O Congresso prolonga-se até sábado, 09, e é patrocinado pelo Conselho Episcopal Latino Americano (CELAM), já tendo em vista o próximo ‘Sínodo Extraordinário sobre a Família’, convocado pelo Papa Francisco para o mês de outubro.

No desenvolvimento da exposição intitulada “A família no coração do desenvolvimento da pessoa e da sociedade humana: Família, horizontes do ministério para a vida plena e comunhão missionária”, o Presidente do dicastério vaticano mostrou estatísticas indicativas de que “um número cada vez maior de pessoas no mundo escolhem viver sozinhas”.

Dom Paglia, mostrou que na América Latina este fenômeno é crescente: o número de “solteiros” aumentou de 6,7% para 9,7%. E isto indica uma tendência crescente de considerar qualquer forma de vínculo que envolve um compromisso como sendo algo insuportável.

E a consequência, segundo ele, é o surgimento de uma sociedade com famílias fragilizadas, constituídas por pessoas que se reúnem de forma intermitente, sem compromisso de longo prazo: “É o fruto amargo de uma cultura individualista que está invadindo tudo”.

Ainda antes de encerrar suas palavras para o plenário do Congresso, Dom Paglia lembrou a perspectiva do próximo Sínodo dos Bispos sobre a família:

“É um momento especial na vida da Igreja e do mundo. O Papa Francisco observou que o nosso é o tempo para a família, o tempo para a comunhão e não para a solidão; para a solidariedade e não o individualismo. Este, então, é o nosso momento”.

“É urgente -lembrou Dom Paglia- expandir o olhar e abrir o horizonte. Nós não estamos lidando com apenas um setor ou tema, mas estamos chegando ao coração da Igreja, que é a Família, e da sociedade como um todo, que é uma Família de nações”. (JSG)