"Vocação é chamado para uma vida de doação", diz o Arcebispo de Maringá
Maringá – Paraná (Terça-Feira, 05-08-2014, Gaudium Press) “Chamados à vida plena.” Este é o título do artigo de Dom Anuar Battisti, Arcebispo de Maringá, no Paraná, em que ele reflete o mês de agosto, que é tradicionalmente dedicado para a promoção e oração pelas vocações sacerdotais, religiosas e missionárias e matrimoniais. Ele recorda que na primeira semana rezamos pelas vocações sacerdotais.
De acordo com o Prelado, a segunda semana dedicamos às famílias com a celebração da Semana Nacional da Família, a terceira recordamos as vocações à vida consagrada e religiosa e concluímos o mês orando e celebrando a vocação dos leigos e leigas, de todos os batizados, chamados a viver o seu batismo nas estruturas do mundo.
Ele afirma que a Comissão para os Ministérios Ordenados e Vida Consagrada da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil) escolheu a seguinte frase como tema para os trabalhos este ano “Chamados à vida plena em Cristo”, e como lema “Eis que faço novas todas as coisas” (Ap 21,5).
Para o Arcebispo, todo o trabalho vocacional nasce do pedido de Jesus: “A messe é grande, mas os trabalhadores são poucos. Rogai, portanto, ao Senhor da messe para que envie trabalhadores para a sua messe” (Mt 9, 35-38).
Segundo ele, o grande trabalho pelas vocações está em dobrar os joelhos e rezar para que não faltem pastores a conduzir o rebanho. Dom Battisti avalia que não podemos nos assustar com o tamanho da missão e nem com os desafios que dela provem, e sim confiar em Deus, em Jesus o missionário do Pai, e servir, sem buscar privilégios.
“Depois de ter feito tudo só resta dizer: ‘Somos servos inúteis, fizemos o que deveríamos fazer’ (Lc 17,10). É nesta perspectiva que se moldura a vocação presbiteral, que só tem sentido no serviço gratuito, generoso e totalitário. Fora desta dimensão o presbítero se transforma em funcionário do sagrado, servindo à Igreja como se fosse uma ONG. Vários pronunciamentos do Papa Francisco fazem referência a esse grave perigo que todos nós, presbíteros e bispos podemos cair”, acrescenta.
O Prelado recorda ainda que, em maio deste ano, na sua mensagem para o dia mundial de oração pelas vocações o Pontífice dizia: “Embora na pluralidade das estradas, toda a vocação exige sempre um êxodo de si mesmo para centrar a própria existência em Cristo e no seu Evangelho. Quer na vida conjugal, quer nas formas de consagração religiosa, quer ainda na vida sacerdotal, é necessário superar os modos de pensar e de agir que não estão conformes com a vontade de Deus”.
Ele prosseguiu com a mensagem afirmando: “Um êxodo que nos leva por um caminho de adoração ao Senhor e de serviço a Ele nos irmãos e nas irmãs. Por isso, todos somos chamados a adorar Cristo no íntimo dos nossos corações, para nos deixarmos alcançar pelo impulso da graça contido na semente da Palavra, que deve crescer em nós e transformar-se em serviço concreto ao próximo”.
Dom Battisti salienta que a vocação é um chamado para uma vida de doação, pois se não for assim perde o sentido, seja na vida religiosa ou conjugal, no amor-doação, na gratuidade em dar sem esperar nada em toca, tudo frutifica e dá sentido à vida.
Por fim, ele cita novamente as palavras do nosso querido Francisco: “A vocação brota do coração de Deus e germina na terra boa do povo fiel, na experiência do amor fraterno. Porventura não disse Jesus que por isto é que todos conhecerão que sois meus discípulos: se vos amardes uns aos outros? No amor doação, está o sentido e o valor de uma vida consagrada, como presbítero, religioso, religiosa ou na vida matrimonial”.
“O nosso único modelo é Jesus, o Bom e Amado Pastor, que veio para dar a vida, chamar a cada um pelo nome, e nos levar para águas tranquilas, pastagens verdes e terminar na cruz. Nunca fazendo a própria vontade e sim a vontade Daquele que chamou e enviou em missão. Vamos continuar rezando pelas vocações, dizendo todos os dias: ‘Enviai Senhor operários para a vossa messe'”, ressaltou o Papa. (FB)
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