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“O maior serviço que a Igreja pode oferecer aos presos é o Evangelho”, diz Núncio no México

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Vera Cruz – México (Segunda-feira, 04-08-2014, Gaudium Press) “Olhando a realidade e a partir da consciência de que o maior serviço que a Igreja e nós podemos oferecer aos prisioneiros e a todo homem que vem a este mundo, é o Evangelho de Jesus Cristo, é possível ver que a situação existencial do preso poderia ser propicia oportunidade para que essa necessidade inconsciente se converta em busca. O filho pródigo ‘entrou em si’ ao encontrar-se em uma situação difícil”, é o que expressou Dom Christophe Pierre, Núncio Apostólico no México, durante a Celebração Eucarística que presidiu no dia 29 de julho na Catedral de Vera Cruz, por ocasião do Encontro de Pastoral Penitenciária que foi celebrado na cidade mexicana.

Referindo-se a leitura do Evangelho, Dom Pierre recordou aos agentes da pastoral penitenciária que todos, tanto os presos, suas famílias e os da pastoral, “podemos estar seguros de que o Senhor não nos abandona para sempre, mas que depois de toda prova purificadora volta a iluminar seu rosto sobre nós a conceder-nos a paz”.

Mais adiante, referindo-se ao fato que muitos presos estão distantes da vivência da Fé, recordou aos agentes da pastoral que eles são precisamente instrumentos que ajudarão a preparar o terreno “para o encontro consigo mesmos, que prepara o encontro íntimo e pessoal de Cristo com cada um dos prisioneiros e também de suas famílias (…) Encontro com Jesus Cristo que a todos, particularmente aos que se encontram em situação de dificuldade, conduz a crer no amor”.

Continuando com a homilia, Dom Pierre falou sobre a importância da atenção pastoral que receberam as famílias dos privados de sua liberdade: “A Igreja tem ensinado em múltiplas circunstâncias como, entre as situações em dificuldade que requerem maior atenção, -sempre à luz do Evangelho-, está o cuidado das famílias dos detidos, as quais geralmente se convertem também em pessoas castigadas, pois, com frequência, se vem obrigadas a suportar um peso maior que o de seus mesmos familiares privados da liberdade”.

“A pastoral penitenciária e a Igreja toda -como prosseguiu o prelado- tem aqui um irrenunciável desafio: aquele de implementar uma pastoral integral, particularmente de acompanhamento e formação para os membros destas famílias em condições vulneráveis. As comunidades paroquiais, sobretudo aquelas as quais pertencem estas famílias, tem o dever de contribuir para aliviar, com a caridade de todos os seus membros, as necessidades das famílias dos presos”.

Um acompanhamento pastoral que não é possível senão através da Misericórdia: “A Misericórdia é necessária para sermos seguidores de Jesus (…) É a luz da Fé cristã que podemos descobrir o Deus escondido na carne maltratada e no coração contrito dos homens e mulheres que sofrem nas prisões e é aí que também podemos contemplar o Rosto de Cristo em cada um deles. É a luz deste Rosto que surgem novos horizontes e se fortalece a esperança. É sob esta luz que é possível oferecer aos presos e a suas famílias o válido alento que lhes ajude a transformar sua realidade, injetando nela critérios, valores, atitudes e comportamentos próprios do Reino de Deus. E a primeira realidade que necessita ser transformada é a dos corações e a das pessoas”, continuou Dom Pierre.

O Congresso Nacional de Pastoral Penitenciária, que chegou a sua 36ª versão, teve como tema “Com José e Maria, caminhamos em família à luz da Fé”. A Pastoral Penitenciária no México tem presença em todas as dioceses do país latino-americano. Este trabalho conta com o apoio de sacerdotes, religiosos e leigos. (GPE/EPC)

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