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Unesco acusa EUA de destruição de sítio arqueológico da Babilônia

São Paulo (Sexta, 10-07-2009, Gaudium Press) A Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) denunciou nesta quinta-feira que o sítio arqueológico da Babilônia sofreu graves danos provocados por tropas americanas e forças de segurança privadas contratadas pelos Estados Unidos para atuar na Guerra do Iraque.

“Escavações, desmantelamentos e nivelações de terreno” deterioraram vestígios arqueológicos da cidade, segundo um informe elaborado pelo Comitê Internacional de Coordenação da Unesco para a Salvaguarda do Patrimônio Cultural do Iraque (CIC-Irak).

“Houve dano considerável”, disse o arqueólogo John Curtis, do Museu Britânico, que inspecionou o local após os EUA entregarem o controle de volta ao governo iraquiano.

O texto acusa as tropas e empresas contratadas por Washington de cavar centenas de metros de túneis pelas ruínas e usar veículos militares pesados sobre caminhos frágeis de procissão.

A cidade da Babilônia, 90 km a sul de Bagdá, foi capital de dois famosos reis da Antiguidade: Hamurabi (1792-1750 a.C.) e Nabucodonosor (604-562 a.C.). Hamurabi é o autor de um dos primeiros códigos jurídicos da humanidade, e Nabucodonosor foi o rei que mandou construir os Jardins Suspensos da Babilônia, uma das Sete Maravilhas do Mundo.

O relatório afirma ainda que, durante a guerra, iniciada em 2003, a cidade arqueológica foi saqueada e coleções dos museus dedicados a Hamurabi e a Nabucodonosor foram destruídas.

O texto afirma ainda que foram produzidos danos consideráveis em alguns elementos estruturais importantes, como a Porta de Ishtar e a Via Processional. Os americanos afirmam que a destruição causada por vandalismo seria maior caso as tropas não estivessem no local.

O sítio arqueológico da Babilônia foi utilizado como base militar pelas forças armadas da coalizão no período entre 2003 e 2004.

 

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