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Pequena de corpo, mas grande de alma

Redação (Segunda-feira, 26-05-2014, Gaudium Press) – A Treze de Maio na cova da Iria, dos céus aparece a Virgem Maria. Mês de maio mês de Maria, mês de Nossa Senhora de Fátima.

Muitos já escreveram a respeito das revelações feitas pela Mãe de Deus em Fátima, entretanto poucos foram os que se detiveram em contar um pouquinho a vida da pequenita Jacinta, uma das videntes de Fátima.Jacinta-marto-fatima-portugal-1917.jpg

Segundo conta a Irmã Lúcia em suas memórias, Jacinta tinha um caráter doce e meigo que a tornava, ao mesmo tempo, amável e atraente. Contudo, não deixava de ser séria em matéria de vida espiritual. Certa vez a pequenita viu sua mãe dar um aperto em um rapaz por ter dito algumas coisas indecentes. Noutro dia a jovem vendo o mesmo rapaz em uma roda de amigos, disse que não ficaria ali, pois ele dizia coisas feias que são pecados e das quais o menino Jesus não gosta.

Quando lhe contavam os sofrimentos da Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo, ela chorava com pena e dizia:

– Coitadinho de Nosso Senhor! Eu não hei de fazer nunca nenhum pecado. Não quero que Nosso Senhor sofra mais.

Quando pastoreavam o rebanho de ovelhinhas, Jacinta gostava muito de ouvir o eco da voz no fundo dos vales. Por isso, um dos entretenimentos era, no cimo dos montes, pronunciar nomes em alta voz. Jacinta dizia, às vezes, a Ave Maria inteira, repetindo a palavra seguinte só quando a precedente tinha acabado de ecoar.

Tinham recomendado a eles que depois de tomarem o lanche, rezassem o terço. Entretanto, como gostavam muito de brincar, arranjaram um jeito de acabar mais rápido a oração: passavam as contas dizendo somente: Ave Maria, Ave Maria, Ave Maria! Quando chegavam no fim do mistério, diziam com muita pausa a simples palavra: Padre Nosso! E assim, num abrir e fechar de olhos, tinham o terço rezado.

Jacinta gostava de agarrar os cordeirinhos brancos e brincar com eles. Um dia ao voltar para casa se meteu ela no meio do rebanho. Disse então Lúcia:

– Jacinta para que vais aí, no meio das ovelhas?

– Para fazer como Nosso Senhor que, naquele santinho que me deram, também está assim, no meio de muitas e com uma no colo.

Entretanto a aparição de 13 de maio de 1917 mudou a vida da pequena. Ela que era tão brincalhona e alegre passou a ser muito mais séria. Em determinado dia, quando chegaram à pastagem, Jacinta se senta pensativa em uma pedra.
– Jacinta, vamos brincar.

– Hoje não quero brincar.

– Por que não queres brincar?

– Porque estou a pensar. Aquela Senhora disse-nos para rezarmos o terço e fazermos sacrifícios pela conversão dos pecadores. Agora, quando rezarmos o terço, temos que rezar a Ave Maria e o Padre Nosso inteiro. E os sacrifícios como os havemos de fazer?

– Demos nosso lanche às ovelhas e façamos o sacrifício de não comer. – disse Francisco.

Dito e feito. Foi aquele dia o primeiro de jejum.

O que mais impressionava Jacinta era o pensamento da eternidade. Mais de uma vez, na maior animação do jogo, parava de repente e perguntava:

– Mas olha lá: e depois de muitos, muitos, muitos anos o inferno não acaba?

Com frequência sentava-se pensativa e começava a dizer:

– O inferno! O inferno!… que pena eu tenho das almas que vão para o inferno. E as pessoas lá vivas a arder como a lenha no fogo! Que pecados são os que essa gente faz, para irem para o inferno?

– Não sei. – dizia Lúcia – talvez o pecado de não irem à missa ao domingo, de roubarem, de rogarem pragas,…

– E só assim por uma palavra vão para o inferno?

– Pois se é pecado…

Ora o que lhes custava estar calados e ir à missa?… Que pena tenho dos pecadores! Se eu pudesse mostrar-lhes o inferno!…

Desde a primeira aparição os três inocentes multiplicaram os sacrifícios pela conversão dos pecadores. Grande exemplo de santidade foi para nós a pequena Jacinta, e podemos afirmar com toda a convicção de que a mais pequenina de corpo era a maior de alma. Sigamos portanto seus passos neste mês de Maria.

Por Bonifácio W. Stuepp

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