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Santa Sé realiza pesquisa sobre a música Sacra na Igreja

Cidade do Vaticano (Quarta-feira, 14-05-2014, Gaudium Press) O Pontifício Conselho para a Cultura e a Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos elaboraram um questionário de 40 perguntas e um texto de acompanhamento sobre o valor da música sacra que procura estabelecer como se fomenta e prepara nas Igrejas locais. As respostas a este documento foram coletadas até o dia 30 de abril e os questionários foram elaborados em Inglês, Francês, Italiano, Espanhol e Português.santa_se_1.jpg

O questionário

Entre os aspectos consultados se destacam a formação de especialistas dedicados à música litúrgica, o conhecimento e cuidado do patrimônio musical, uma breve seção sobre música contemporânea, e a seleção, composição e prática nas festividades, sacramentos e a vida quotidiana da Igreja. Alguns aspectos práticos, como a acústica dos templos e a presença de instrumentos adequados também foram investigados, como indicadores do esforço em empregar a música no culto divino.

Questões de relevância motivam uma interessante reflexão: “Nos projetos de novas igrejas, está previsto um espaço para o coro? Se tem em conta as exigências acústicas?”, consultam os dicastérios, na questão 34. “Existem orientações para os autores e aqueles que são chamados a realizar as novas composições?” (Questão 27). “Se tem cuidado ao escolher e executar melodias adaptadas para realçar a beleza e a eficácia pastoral dos diversos rituais?” (Questão 16). “Nos dias festivos, se usa o canto gregoriano no próprio da liturgia?” (Questão 8).

Os dicastérios consultaram sobre a existência de instituições dedicadas ao cuidado e promoção da música sacra, a formação profissional e espiritual dos artistas, assim como sobre a celebração de concertos (tais como os de música de órgão, e a presença deste instrumento nos principais templos) e outras formas de promover um maior conhecimento e destreza nesta disciplina artística.

O caráter sagrado da música litúrgicasanta_se_2.jpg

“Do mesmo modo que a liturgia, a música sacra deve aspirar a uma nobre beleza”, recorda o texto complementário que acompanha o questionário. “De fato, como toda autêntica obra de arte musical é capaz de purificar-nos, elevar-nos, alertam-nos sobre a grandeza e beleza de Deus, assim a música sacra, suscitando vivo estupor, favorecendo a contemplação, e despertando um íntimo desejo de encontrar ao Senhor Ressuscitado, abre aos fiéis a ação salvífica da graça de Deus convidando-os a corresponder a seu amor”.

Os dicastérios, inspirados na Instrução Musicam Sacram de 1967, recomendaram um cuidado especial na escolha da música que corresponde à identidade da liturgia. “Beleza e a inspiração religiosa não garantem, de fato, uma plena correspondência com as exigências do rito, e a ação litúrgica requer que a música dedicada a ela possua o requisito de uma manifesta sacralidade”, afirma o documento.

Os dicastérios também rejeitaram influências não católicas como a instrumentalização “de música de impronta minimalista definida ‘música ambiental’ ou ‘new age’ usada em certos lugares como uma suposta ajuda à oração. Este uso, adverte o texto, “não determina estados de ânimo concordes com a oração pessoal”, já que “suscita estados de consciência em certo modo artificiais e inadequados”.santa_se_3.jpg

“A música litúrgica não induz ao silêncio mas conduz a ele; portanto ela acolhe como dom e fruto da graça o que a música ambiental consegue por meio de um esforço humano”; expõe o texto complementar da pesquisa. “Predispondo-se a alma a acolhida do silêncio sagrado e guardando cuidadosamente este privilegiado lugar de encontro entre Deus e a pessoa, a música sacra guia o indivíduo e toda a comunidade para a intimidade total com Cristo, onde a oração se faz adoração e cântico de louvor”.

O documento finaliza recordando a expressão dos mistérios sagrados que se realiza através da arte, como uma ajuda para a solenidade e profundidade do culto divino. “Fundindo-se harmoniosamente com os gestos, as imagens, os perfumes, as cores e qualquer outro sinal próprio da linguagem litúrgica, também a música participa daquela beleza simples, nobre e transcendente que pode tocar a mente, o espírito e o coração, e suscitar estupor, desejo de Deus e amor ao próximo”, conclui. (GPE/EPC)

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