Gaudium news > “Que a canonização de João Paulo II e João XXIII nos motive a percorrermos um caminho de fé”, afirma o bispo de Erexim

“Que a canonização de João Paulo II e João XXIII nos motive a percorrermos um caminho de fé”, afirma o bispo de Erexim

Erexim – Rio Grande do Sul (Sexta-Feira, 25/04/2014, Gaudium Press) “Pastores e Santos.” Este é o tema do mais recente artigo de Dom José Gislon, bispo da diocese de Erexim, no Estado do Rio Grande do Sul. Em sua reflexão, o prelado recorda que neste segundo domingo da Páscoa, ou da Divina Misericórdia, dia 27 de abril, a Igreja Católica celebra a canonização de dois papas, que, eleitos bispos de Roma, pelo primado da sede de São Pedro, governaram a Igreja em todo o mundo. Para ele, dois pastores que marcaram a história da Igreja católica, e falaram ao coração dos fiéis, cada qual no seu momento histórico.

De acordo com dom José, o papa João XXIII tinha vivido todos os horrores da II Guerra Mundial e visto de perto a brutalidade de que o ser humano é capaz em relação ao seu semelhante. O bispo lembra que ao ser eleito papa, João procurou atualizar a vida da Igreja para que pudesse dar uma resposta à sociedade que passava por um grande processo de transformação econômica, social e tecnológica, mas também vivia todos os efeitos da fragmentação no relacionamento entre as nações por causa das ideologias políticas.

“O cenário internacional era marcado pela guerra fria, pela cortina de ferro, pelas lutas dos trabalhadores em busca dos direitos sociais. A Igreja precisava refletir sobre a sua presença, o seu papel e sua missão nesta sociedade, ou, como dizia o papa João XXIII, precisava passar por um processo de ‘aggiornamento’, de atualização”, destaca.

O prelado ainda ressalta que mesmo tendo já uma idade bastante avançada quando foi eleito papa, João XXIII não se contentou em deixar o tempo passar para dar respostas aos desafios que eram pertinentes na Igreja. Segundo o dom José, o pontífice convocou o Concílio Vaticano II para que toda a Igreja pudesse, à luz do Espirito Santo, revigorar a sua missão de anunciar o Reino de Deus aos homens e mulheres no final do II Milênio. “Morreu sem ver o Concílio concluído, mas deixou para toda a Igreja um grande legado de humanidade através da sua ação de pastor como sucessor do apóstolo Pedro”, completa.

Com relação ao papa João Paulo II, o bispo afirma que ele foi a grande novidade do Conclave que o elegeu em outubro de 1978: não só porque foi considerado bastante jovem quando eleito papa, mas porque revelou ao mundo que, do outro lado da cortina de ferro, ou do Leste, existia uma caminhada de fé de um povo e de uma Igreja milenar que passaram por muitas perseguições e provações, mas não tinham renunciado à fé.

Conforme o prelado, João Paulo II levou toda a riqueza espiritual desta Igreja consigo na sua missão de sucessor de Pedro, como papa. Dom José salienta que ele também tinha conhecido a barbárie da guerra, da perseguição e do holocausto contra os irmãos judeus e, por isso, foi um homem do diálogo, grande interlocutor de conflitos internacionais, pregador da paz, pastor que saiu pelo mundo para encontrar e animar a caminhada de fé do rebanho do Senhor.

Na sua Exortação Apostólica Pastores do Rebanho (2003), ele escreveu: “A história da Igreja, a começar dos Apóstolos, registra um número verdadeiramente grande de pastores, cuja doutrina e santidade são capazes de iluminar e guiar o caminho espiritual dos bispos também do terceiro milênio…No início do terceiro milênio, ainda existem tais pastores, que têm uma história para contar, impregnada de fé ancorada firmemente à cruz; pastores que sabem individuar as aspirações humanas, assumi-las, purificá-las e interpretá-las à luz do Evangelho”.

Por fim, o bispo deseja que a canonização destes dois pastores santos, que consumiram suas vidas pela causa do Reino de Deus, nos motive também a percorrermos um caminho de fé que nos leve um dia à santidade na casa do Pai. (FB)

Deixe seu comentário

Notícias Relacionadas