Deus nos deu os sentidos para encontrá-Lo através da beleza
Lincoln – Estados Unidos (Terça-feira, 22-04-2014, Gaudium Press) O Bispo de Lincoln, Estados Unidos, Dom James Conley, expôs em um artigo especial para o informativo Southern Nebraska Register e reproduzido pela agência de notícias Zenit uma reflexão sobre como aproveitar a beleza da liturgia católica, especialmente nesse tempo de Páscoa, para aprofundar o relacionamento com Deus. “A beleza nos mostra a transcendência de Deus”, explicou o prelado. “Isso nos dá uma oportunidade de sermos movidos para a admiração, e adorar a majestade do nosso Criador”.
Esta capacidade de Deus através dos sentidos faz parte da própria natureza do ser humano no plano de Deus. “O Senhor nos deu olhos para ver e ouvidos para ouvir, para que possamos ver e experimentar a glória de Deus ao nosso redor”, explicou Dom Conley. “Cada um de nós recebeu uma capacidade de encontrar Deus em apenas detalhes na música e na arte, na poesia e na beleza da oração litúrgica, o ritual sagrado de adoração da Igreja”.
A Liturgia e os sentidos
Desta maneira, a liturgia e as artes se fazem sinais do amor de Deus e apontam até a realidade imutável de Deus mesmo e os sentidos são empregados para aprofundar e fortalecer a relação de amizade com Jesus Cristo. A liturgia da Semana Santa “é rica em símbolos do grande mistério da Paixão de Cristo” e “a Igreja nos convida a contemplar estes símbolos e seu significado como sinais de uma realidade mais profunda”, acrescentou o Bispo.
“A liturgia desta semana pode transmitir-nos a plenitude do Mistério Pascal – que Deus se fez homem, veio a este mundo para nos salvar, sofreu, morreu por nossos pecados e venceu a morte para sempre, em sua ressurreição”, explicou Dom Conley. “Recebemos os nossos sentidos -nossa capacidade de apreciar a beleza- para que possamos apreciar a profundidade deste mistério”.
O prelado disse que, para aproveitar essa capacidade é necessário ter uma atitude de contemplação silenciosa, longe das distrações mundanas. Isso com o fim de que os sentidos podem nos separar de Deus, através da televisão, a música profana, “as coisas que não apontam para nada arraigado no real”. É necessário um compromisso neste sentido: “Quando consumimos coisas que são só barulho enchendo nossas cabeças, movendo nossas emoções, mas nunca transformando-nos em discípulos de Jesus Cristo, nunca somos renovados verdadeiramente”. O Bispo citou a Santo Agostinho, que também advertiu este perigo, afirmando que a busca da complacência cega dos sentidos causava o abandono “dAquele para quem fomos feitos” e a destruição de sua obra no interior da pessoa.
Por este motivo, o prelado aconselhou distanciar-se dos meios de comunicação durante os dias santos e concentrar a alma nos mistérios que a Igreja propõe. “Considere enfocar-se no símbolo e na beleza que apontam para a realidade da adoração sagrada e do amor de Deus por nós”, sugeriu. “Considere a beleza do sacrifício de Cristo na Cruz e, livre do ruído que nos separa, seja transformado pela beleza e o significado de Jesus Cristo e sua ressurreição”, concluiu Dom Conley. (GPE/EPC)
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