"Cada instante que nos é concedido no tempo, é precioso, tem sabor de eternidade", afirma o arcebispo de Porto Alegre
Porto Alegre – Rio Grande do Sul (Sexta-Feira, 03/01/2014, Gaudium Press) Para dom Jaime Spengler, arcebispo de Porto AIegre, no Rio Grande do Sul, ao iniciarmos um novo ano, nos damos conta que mais um tempo passou; passou rápido, devagar de mais? Em seu mais recente artigo ele questiona: Mas, afinal o que é o tempo? O tempo é algo tão próximo de nós, e, ao mesmo tempo, tão difícil de definição, afirma o prelado. “Se ninguém me perguntar, eu sei; se quiser explicá-lo a quem me fizer a pergunta, já não sei” (Agostinho).
De acordo com o arcebispo, podemos, talvez, afirmar que as primeiras respostas do ser humano a esta questão, foram forjadas a partir da observância do ritmo do sol e das estrelas. Ele acrescenta que poderíamos também dizer que não temos o tempo, mas é ele que nos possui, e por isso não podemos parar o que inexoravelmente passa, mas podemos sempre e de novo aprender a usá-lo!
“Assim sendo, a própria possibilidade do novo, nos faz erguer o olhar, alimentar a esperança, desenvolver a criatividade, vislumbrar novas possibilidades e horizontes. O novo desperta em nós o desejo de empenhar-se e dedicar-se na construção e realização do ainda não realizado plenamente, embora talvez, inquiete e angustie. Mas esse é o caminho da realização e do progresso”, destaca.
Outra questão abordada por dom Jaime é que a força da fé nos orienta para perceber a nossa vida como plena de oportunidades, criatividade, fantasia, possibilidades de sonhar o novo já em nós, dando-lhe forma segundo os nossos sonhos! Conforme o prelado, somos seres viventes, existimos, somos individualidades, participamos da vida, somos únicos!
“Tudo isto não nos permite deixar-nos conduzir por determinismos de qualquer espécie. Cada instante que nos é concedido no tempo, é precioso, tem sabor de eternidade! Desse modo, podemos compreender e assumir nossa vida como tarefa a ser atuada no tempo, como ofício de gratidão e realização em lenta construção desenvolvida na oficina do tempo.”
Ainda segundo o arcebispo, é possível assumir a realidade do tempo como pesadelo ou como plenitude de possibilidades, pois existe o abismo do tempo e a convocação à felicidade, à realização, à salvação, à bem-aventurança! Ele acredita que o autenticamente novo acontece sempre quando já o buscávamos, o desejávamos, o sonhávamos!
“Quando desejamos às pessoas que vamos encontrando ‘feliz Ano Novo’, ‘bom Ano Novo’, na verdade almejamos o novo, para nós e para os demais; almejamos que este seja conservado para sempre, de modo que o experimentado no tempo, tenha ‘sabor de eternidade’ e que diminua sempre mais a distância entre o céu e a terra, o humano e o divino”, completa.
Por fim, dom Jaime recorda que o primeiro dia do ano é dedicado ao tema da paz, e em sua mensagem para este dia, o Papa Francisco disse que “Cristo abraça todo o ser humano e deseja que ninguém se perca. (…) Fá-lo sem oprimir, sem forçar ninguém a abrir-Lhe as portas do coração e da mente. (….) Deste modo, cada atividade deve ser caracterizada por uma atitude de serviço às pessoas, incluindo as distantes e desconhecidas. O serviço é a alma da fraternidade que edifica a paz”.
O prelado conclui desejando que o tempo deste novo ano possa ser rico de boas realizações, e que o tempo a nossa disposição, seja assumido como possibilidade preciosa de cooperação na construção da paz e do bem. (FB)
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