"Na vida do Menino de Belém, a Fé celebra a manifestação da própria vida e de sua sacralidade", afirma o Arcebispo de Porto Alegre
Porto Alegre – Rio Grande do Sul (Sexta-Feira, 20-12-2013, Gaudium Press) “Tempo de expectativa”. Este é o título do último artigo de Dom Jaime Spengler, Arcebispo metropolitano da Aqruidiocese de Porto Alegre, no Estado do Rio Grande do Sul. Em sua reflexão, o prelado afirma que estamos nos aproximando da festa do Natal, e o tempo que antecede a festa é marcado por empenhos, preparação, organização e programação, além do desejo de encontrar e re-encontrar familiares, amigos e conhecidos.
De acordo com o Arcebispo, tais atitudes se fazem presentes de forma mais intensa e vigorosa no tempo que antecede o Natal e nas próprias celebrações natalinas. Para ele, são atitudes que, de certo modo, vem ao encontro de nossos anseios por um mundo de fraternidade, de ternura, de reconciliação e de paz.
Dom Jaime explica que para além de nossas opções religiosas, o período do Natal nos recorda o valor do convívio, da necessidade de cultivar relações de familiaridade, de amizade, de ternura; recorda-nos a possibilidade de um mundo marcado pela harmonia, pela beleza, pelo encanto, pela simplicidade; pelo cultivo da dimensão do encontro; encontro entre familiares, amigos e vizinhos. “Tudo isto se expressa nas tantas ceias natalinas, na troca de presentes, nas visitas, e mesmo pelas férias”, completa.
Mas o Natal é, sobretudo, uma celebração de Fé na encarnação de Deus, enfatiza o prelado, que ainda sublinha que este é considerado o maior evento da história.
Ainda segundo ele, esse evento foi marcado por vários símbolos: as velas, as luzes, os ornamentos, a árvore, o boi, o burro, os pastores, a mulher Maria, o homem José e o menino Jesus. “Por trás de todos estes símbolos está uma compreensão velada em torno da sacralidade da vida. Ora, toda vida é sagrada. Por isso, na vida do Menino de Belém, a Fé celebra a manifestação da própria vida e de sua sacralidade”, diz.
O Arcebispo também ressalta que durante esse tempo, nossos olhos estão voltados para a pequena cidade de Belém, e com os olhos voltados para lá, recordamos o caminho percorrido pelo povo de Israel.
Conforme Dom Jaime, este caminho foi marcado pela expectativa, pela súplica, pela esperança de que os Céus derramassem das alturas o seu orvalho, e as nuvens chovessem o Justo.
“E a esperança não decepcionou! O Justo não só se fez carne de nossa carne, mas passou a caminhar conosco; passou a participar em primeira pessoa da condição e da história humana: ele se fez o Deus conosco! Não estamos sozinhos”, destaca.
Por fim, o prelado afirma que somos convidados a fazer o caminho de Belém e ali entrar, pois o local nos recorda da nossa humanidade e fragilidade. Ele avalia que é por isso que as festividades natalinas, com sua preparação, nos falam da condição humana, marcada por nobreza, dignidade, fragilidade e possibilidades, que ressuscitam a esperança de um mundo melhor.
“Através da mesma, somos convidados a preparar os caminhos do Senhor e ir ao Seu encontro. Dele que se faz carne de nossa carne, deixando-se revestir dos panos de nossa fragilidade, para mostrar-nos sempre e de novo, que na vida de uma criança se manifesta a própria Vida e a comunicação do próprio Mistério”, conclui. (FB)
Deixe seu comentário