São Pedro Fabro: um novo santo para a Igreja
Cidade do Vaticano (Quarta-feira, 18-12-2013, Gaudium Press) – O Beato Pedro Fabro nasceu em 13 de abril de 1506, em Villaret, Alta Saboia (França).
Sua adolescência ele a passou apascentando os rebanhos de seu pai num vale dos Alpes.
Ele estudou numa modesta escola de sua região e foi iniciado nas letras por um fervoroso mestre, o Padre Pierre Veillard. Uma formação que, somada à que recebeu de sua católica família, foi determinante para o desabrochar de sua fé profunda.
Quando Pedro Fabro deixou sua família na Sabóia e foi para Paris ele respondia a um apelo de seu coração e de sua inteligência que não encontravam satisfação em sua pequena aldeia. Ele desejava prosseguir seus estudos, mas na verdade, estava respondendo “sim” a um chamado de Deus. Além de mestre em humanidades, Pedro queria ser sacerdote: esta era a verdade.
Em Paris, Pedro mergulhou no ambiente universitário com toda a disposição possível e contou para isso com a ajuda de seu tio sacerdote. Por cerca de dez anos estudou na Cidade Luz.
Nesse mergulho teve a possibilidade de trocar experiências com estudantes de diversos países. A época era de tensões e mudanças no campo religioso e também no mundo das idéias e costumes.
Inicialmente ele ingressou no Colégio Monteigu e, mais tarde, Pedro Fabro foi para o Colégio Santa Bárbara. Neste colégio, estando já com 19 anos, teve como companheiro de quarto um jovem de sua mesma idade. Ele era descendente de uma família nobre da região da Navarra e tinha pretensões de tornar-se um grande advogado. Os dois, além de partilharem tudo que tinham, compartilhavam também a mesma Fé em Deus. O nome de seu companheiro era Francisco Xavier.
Algum tempo depois chegou um terceiro colega. Este era um pouco mais velho, era de origem basca e seu nome também era basco: Iñigo. Iñigo vinha de Loyola desejoso de converter o mundo a Deus. Depressa tornaram-se amigo e Xavier passou a ser seu professor.
A amizade cresceu muito entre eles, a ponto de rezarem juntos, partilharem seus desejos, suas dúvidas, suas certezas, suas esperanças, a comida e até a bolsa. Na verdade uma convivência entre homens de valor e de grandes ideais. Juntos faziam seus aprofundamentos no religião e no conhecimento das ciências.
Desse convívio que conduzia aos mais altos páramos surgiu bem mais que o embrião de uma sociedade humana boa, nasceu uma Ordem Religiosa. Uma ordem Religiosa que se colocava a serviço da Igreja e do Santo Padre e, pela graça de Deus, tornou-se a maior e mais influente Ordem do mundo – a Companhia de Jesus!
O Beato Pedro Fabro foi, então, um dos primeiros jesuítas, amigo de Santo Inácio de Loyola e São Francisco Xavier. Fabro tornou-se mestre em humanidades e filosofia e ordenado sacerdote, o primeiro dos sete companheiros de Santo Inácio.
Em meio ao turbilhão vivido na época, o grupo de amigos fortalecia a comunhão por meio da oração e da busca de um caminho comum. Fizeram os Exercícios Espirituais sob a orientação de Inácio de Loyola.
A vida de Pedro Fabro foi breve, morreu aos 40 anos. Os últimos dez anos foram de intenso serviço apostólico no centro e norte da Itália, na França, na Bélgica, em Portugal e na Alemanha, que começava a se dividir pelo protestantismo nascente e onde conquistou São Pedro Canísio.
Pedro Fabro considerava-se “um contemplativo na ação”. Dotado de uma profunda espiritualidade, exerceu grande influência sobre muitos homens de todas as condições que ele foi encontrando ao longo de seu caminho.
“Ele tinha uma doçura alegre e uma cordialidade que nunca encontrei em ninguém. Entrava, não sei como, na intimidade dos outros, atuava pouco a pouco sobre os corações, e tão bem que pelo seu modo de proceder e o encanto de sua palavra, os levava ao amor de Deus”, diz uma testemunha. Um dos traços mais característicos de sua vida interior era a grande abertura à moção do Espírito, que levou-o a uma ampla abertura de coração aos outros, a um universo fraternal.
Um dia em que sentiu que “o coração se fechava” para com pessoas cujos defeitos ele via e o inquietavam, ouviu como que uma resposta interior: “Teme antes que o Senhor te feche o coração à sua alegria….Se conservares um coração generoso para com Deus, Ele depressa te mostrará que todos se abrem a ti e que tu podes acolher a todos”.
Iñigo, ou melhor, Inácio e Xavier foram canonizados e colocados, o primeiro como padroeiro dos Exercícios Espirituais, o segundo, como patrono das Missões.
Agora, receberá a glória dos altares, como santo, o primeiro sacerdote jesuíta, Pedro Fabro.
Os corações de três homens de Deus: Fabro, Xavier e Loyola, se uniram na Universidade de Paris para fazer o bem, para buscar a vontade de Deus para suas vidas. Colocaram Deus acima de tudo e todo o mais consideravam como esterco.
Seus bens, suas inteligências, vontade e bem querer, as próprias vidas, tudo foi colocado a serviço do anúncio da boa nova, do Reino de Cristo.
Pedro Fabro foi chamado pelo Papa para participar do Concílio de Trento.
Faleceu em Roma em 1º de agosto de 1546. Foi beatificado pelo Beato Pio IX em 5 de setembro de 1872.(JSG)
Da redação, com informações Rádio Vaticano
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