"A arma para combater a tentação da soberba está na humildade", afirma o Bispo de Frederico Westphalen

Frederico Westphalen – Rio Grande do Sul (Quarta-Feira, 28/08/2013, Gaudium Press) Dom Antonio Carlos Rossi Keller, Bispo da Diocese de Frederico Westphalen, no Estado do Rio Grande do Sul, em seu mais recente artigo fala sobre a humildade, que segundo ele é uma virtude fundamental para todos os cristãos.

Ele lembra que no início do século II antes de Cristo, quando a cultura helênica invadia a Palestina, e começava a minar a cultura e os valores tradicionais do Povo de Deus, muitos judeus incluindo membros de famílias de origem sacerdotal, deixavam-se seduzir pelo brilho desta cultura pagã, com todos os seus erros e corrupção, e abandonavam os valores em que tinham sido educados.

“Ben-Sirá, orgulhoso da sua Fé, e consciente do perigo que o Povo de Deus enfrentava, escreve o texto proclamado na primeira leitura deste Domingo. Esta tentação é atual. Hoje, como ontem, muitos cristãos são tentados a julgar que a Lei de Deus está antiquada, fora de moda, e afastam-se da fidelidade ao Senhor”, disse.

De acordo com o prelado, ser moderno, atual, proceder como os outros procedem, é uma tentação perigosa, inspirada no orgulho. Ele acrescenta que é também uma tentação dos cristãos de hoje, que se deixam arrastar pela soberba de parecerem modernos, e ressuscitam vícios antigos da Grécia e da Roma pagã.

“Quem é fiel aos ensinamentos de Jesus Cristo – ensinados pela Igreja – não é desatualizado. A arma para combater esta tentação de soberba está na humildade, como indica o autor sagrado. A Sagrada Escritura nos ensina que a humildade é indispensável: Filho, em todas as tuas obras procede com humildade.”

Outra questão refletida pelo Bispo é que a humildade é a verdade, pois nos leva a nos aceitarmos como somos e a vivermos felizes na nossa condição. Dom Antônio afirma que somos pequenos e, fundamentalmente, todos iguais. Para ele, não há super pessoas, porque todas são iguais em dignidade, responsabilidade e liberdade, e aqueles que receberam mais talentos para administrar terão de dar contas da sua administração.

“Tudo o que temos, desde a vida às outras possibilidades que ela nos proporciona, é um puro dom de Deus. Por isso, pergunta-nos São Paulo: Que tens que não hajas recebido? E se o recebeste, por que te orgulhas, como se não o tivesses recebido? O demônio faz às pessoas como o vento aos papéis e às folhas secas das plantas: levanta-as no ar e leva-as, depois, para onde quer, arrastando-as pelo chão”, destaca.

O Bispo gaúcho ainda salienta que a humildade serve para abrir-nos os olhos: “Quanto mais importante fores, mais deves humilhar-te”. Conforme ele, o orgulho cega-nos, contra toda a evidência e leva-nos a ver ofensas à nossa pessoa em toda a parte, além de nos fazer alimentar imagens falsas, ilusórias, acerca de nós mesmos.

“Presumimos sabedoria e qualidades que não temos. É como se andássemos com uns óculos cujas lentes fossem espelhos. Só nos veríamos a nós mesmos e sempre maiores do que somos, porque nos vemos muito de perto. O orgulho cega as pessoas de tal modo que, as vezes, toda gente vê que uma pessoa segue por um caminho errado, no qual encontrará a ruína, menos ela”, completa ele.

Por fim, Dom Antônio reforça que a humildade é uma virtude…simpática e que se formos humildes seremos mais estimados do que o homem generoso. Segundo ele, a soberba afasta as pessoas e ela mesma acha que é mais importante quando está em destaque. Aliás, analisa o prelado, a pessoa dominada pelo orgulho coloca-se em um pedestal tão alto – julga assim que é – que ninguém a alcança.

“Recorre-se a meios exteriores à pessoa para firmar uma superioridade que não existe: um carro de marca, um modo de vestir, alarde de façanhas ou lugares em que se passam férias, entre outros. A humildade é naturalidade. Como está perfeitamente no seu lugar, não chama nem quer chamar a atenção dos outros”, conclui. (FB)