“Os fortes na Fé serão fortes na ação evangelizadora”, afirma o arcebispo de Londrina
Londrina (Quinta-Feira, 27/06/2013, Gaudium Press) Em um artigo intitulado “Luzes para a nova evangelização”, Dom Orlando Brandes, arcebispo de Londrina, no Estado do Paraná, fez uma reflexão sobre a importância da evangelização nos dias atuais. Ele afirmou que na evangelização é preciso observar a lei do grão de mostarda, isto é, ter paciência e perseverança, e ainda a “lei do grão de trigo” que morre e floresce, ou seja, a lei de dar a vida, pois, quem semeia entre lágrimas, recolhe a cantar.
Segundo o prelado, uma leitura atenta dos Atos dos Apóstolos e do Apocalipse oferece muitas luzes para a nova evangelização, mas precisamos também de muita humildade diante dos obstáculos da nova evangelização: humildade sim, pessimismo não. Para ele, é possível encontrar cristãos fragilizados, desorientados, angustiados, que se entregaram à apatia, acomodação e rotina.
“Além disso difundem-se sentimentos de indiferença, desafeto, antipatia pela Igreja e pior ainda a perseguição. A nova evangelização precisa entrar pela porta da opção fundamental pela Palavra de Deus, pelo caminho da iniciação cristã, pela pedagogia das pequenas comunidades, pela primazia da família e uma sólida espiritualidade de comunhão”, completou o arcebispo.
Dom Orlando explicou também que quem renova-se a si mesmo através da conversão e da santidade será um novo evangelizador, pois apenas evangelizadores fiéis, coerentes, fervorosos serão novos evangelizadores. Ele ainda lembrou que “Cristo trouxe-nos todas as novidades, trazendo-se a si mesmo” (Sto. Irineu). Conforme o prelado, a nova evangelização se alimenta da espiritualidade, do testemunho, da santidade, do fervor da caridade, porque esta é a via da beleza que atrai e convence.
“Um renovado e profundo encontro com Jesus, enche-nos de encantamento, assombro e fascinação pela evangelização. Precisamos aprender com ele o caminho do esvaziamento, da pobreza, da simplicidade e da humildade como condição para a nova evangelização. Imitemos sua intensa vida de oração e ao mesmo tempo o seu silêncio para escutar, ouvir, acolher o povo. Ele confiou nos simples e colocou-se ao lado dos desprezados. Ele mesmo dizia ser manso e humilde de coração”, ressaltou.
Outro ponto destacado pelo arcebispo, é que a nova evangelização não depende tanto de projetos, estratégias, planejamentos, embora necessários, mas o essencial está no ser e não no fazer. Dom Orlando enfatiza que é necessário esquecer de si, não buscar sucesso, nem esperar gratificações, dando mais atenção à qualidade do que a quantidade. Para ele, não basta a teologia, os documentos, as estruturas, pois é preciso falar ao coração das pessoas, testemunhar a alegria de ser católico, dar provas da paixão pelos irmãos.
“Deixemos de lado a arrogância e busquemos a penitência, a oração, a leitura da Palavra de Deus, para vencer o cansaço, a ignorância, a indiferença e o desencorajamento que nos desalentam.”
Por fim, o prelado afirmou que a nova evangelização deve entrar pela porta da amizade, da visitação, da simpatia pelos valores autênticos, pela compaixão com os descuidados, pela atenção especial com os migrantes. “Melhor que culpar os outros, as estruturas, as instituições é dizer: sou eu que devo mudar” (Cardeal Dolan).
Ele acredita que um verdadeiro evangelizador não apascenta a si mesmo, mas, a partir da experiência de Deus e a ciência da cruz, cultiva forte amizade com Jesus de Nazaré, recobra a alegria de crer e o entusiasmo de transmitir a fé, tendo o testemunho dos santos e o sangue dos mártires como alavanca do amor pastoral que anima a nova evangelização.
“O Sínodo apontou rumo, bússola e direção para uma nova evangelização: o primado da Palavra, a iniciação Cristã, os grupos de reflexão, a visitação das casas, mas, principalmente uma vida de oração e a prática do sacramento da confissão. Quem renova-se a si mesmo será um novo evangelizador. A vida espiritual é o combustível da evangelização. Os fortes na fé serão fortes na ação evangelizadora”, concluiu. (FB)
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