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Cartas de amiga de João Paulo II podem frear o processo de beatificação

Cidade do Vaticano (Terça, 01-06-2009, Gaudium Press) Há dois dias, jornais italianos – especialmente “La Stampa” e “Il Mattino”, escrevem sobre a possibilidade de se frear o processo de beatificação de João Paulo II.

Wanda Pó?tawska, amiga de juventude de Karol Wojtyla, também famosa psiquiatra polonesa, decidiu publicar as cartas daquele que se tornaria papa um dia. A amizade, que começou em 1947 em Cracóvia, na Polônia, não era secreta. Karol Wojtyla a chamava “Dusia” e “irmãzinha”. Ela, por sua vez, o chamava “Lolek”.

O livro, com o título “Beskidzkie rekolekcje. Dzieje przyja?ni ksi?dza Karola Wojty?y z rodzin? Pó?tawskich” (“Retirada de Besdik. A história da amizade de Dom Karol Wojtyla com a família Pó?tawski”), foi publicado na Polônia em fevereiro deste ano pelas Edições San Paolo. Foram publicadas 41 cartas privadas de Wojtyla nos primeiros anos da amizade entre eles. Ela decidou publicá-las sob conselho de seu confessor. A Srta. Pó?tawska escolheu somente uma parte, as outras, declara que serão publicadas depois de sua própria morte. Em algumas das cartas, eles mencionam o um câncer de Wanda – do qual se curou – e férias que passariam juntos.

De fato, a publicação depois da conclusão da fase diocesana do processo poderia torná-lo mais lento, afirmam vaticanistas. O texto integral de todas as cartas deveria ser conhecido antes da conclusão ou, pelo menos, enviado logo ao Vaticano, para a Congregação das Causas para os Santos no início da fase romana. A Congregação, no entanto, nega possíveis transtornos no processo. Afirma que tudo procede do próprio jeito, sem nenhuma desaceleração.

Na entrevista ao jornal “La Stampa” de ontem, o cardeal Stanislaw Dziwisz critica a Pó?tawska: “acredito que a senhorita Pó?tawska quisesse mostrar esse seu contato importante, a amizade que tinha com o Pontífice. Porém, sua decisão de colocar tudo em público surpreendeu, deixou sem graça e sem palavras todas aquelas pessoas que depreciam o uso público de correspondência privada. Ela não é certamente a única que teve familiaridade com Karol Wojtyla. Uma multidão imensa de pessoas, ao longo dos anos, o procuraram na Polônia e em Roma, para pedir amparo, uma ajuda. Ele nunca fechou as portas para ninguém”.

E depois acrescentou: “Não é correto nem justo colocar em circulação as cartas privadas, especialmente enquanto está acontecendo o processo de beatificação. Eu, publicamente, sempre falei do meu envolvimento, do ponto de vista, da minha posição, mas nunca de conteúdos pessoais. Tenho pudor, vergonha; Karol Wojtyla morava nesta casa quando era arcebispo de Cracóvia. Ouvi muitas pessoas dizerem que sentiam um sopro inexplicável quando estavam perto dele”, protestou o cardeal.

De acordo com vaticanistas ouvidos pelos jornais, não há elementos nas cartas que levassem a supor uma relação além da amizade entre Wojtyla e Wanda. Alguns afirmam, entretanto, que o material é contraditório ao apresentando pelo cardeal Dziwisz, em relação, por exemplo, a nomeação de bispos.

 

 

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