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O labirinto, símbolo do caminho até Deus

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Mapa de Jericó no século XIV.
 

Todos nós já nos encontramos, ao menos alguma vez em nossas vidas, em situações em que nos sentimos em “becos sem saída”. Mas, após algum tempo, acabamos de alguma forma encontrando uma saída, seja por uma intervenção do alto, seja pelo tempo que passa e desanuvia o nosso panorama. A sensação que temos, após sair de situações como essa, é indescritível e tal é o alívio, que alguns dos antigos resolveram fazer disso um jogo: é o conhecido labirinto.

O nome “Labirinto” deriva do termo grego labyrinthos (λαβ?ρινθο?). O primeiro tipo de labirinto, que se tem notícia na história, parece ter sido construído por Amenembrat III, faraó da XII dinastia e, que governou entre 1860 a.C. e 1814 a.C., sendo considerado um dos soberanos mais importantes do Império Médio. A fachada era ornada com pedras brancas como o mármore.

Heródoto, que o havia visto e visitado as salas do pavimento superior, fala do labirinto com entusiasmo, dizendo que era superior a todos os edifícios gregos, e sua beleza sobrepujava as pirâmides do Antigo Egito. Os visitantes tinham de ser acompanhados por um guia para não se perderem, pois ficavam maravilhados com as riquíssimas ornamentações e a magnificência de seus cômodos e se perdiam, pois as salas eram interpostas de maneira a confundir o visitante.

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Jardim recriando um labirinto
em Aschaffenburg, Alemanha.

 

Diz a lenda que, tempos mais tarde, as muralhas de Tróia foram construidas de maneira a dificultar a entrada dos inimigos formando labirintos.

Entretanto, na época medieval, o labirinto simbolizava o díficil caminho até Deus com uma só entrada (o nascimento) e um centro claramente definido (Deus).

Com esta simbologia, os construtores medievais utilizaram os labirintos nos pisos de diversas igrejas. Eram estes feitos com ladrilhos no formato circular ou octogonal. Dentre estes podemos destacar os das catedrais de Amiens, Chartres e Reims. O motivo labirinto estava também relacionado com a peregrinação a Terra Santa e foi por isso chamado de Légua de Jerusalém. Os fieis seguiam os caminhos dos labirintos de joelhos, o que lhes valia indulgências.

Por Davi Werner.

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