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Crise financeira é apenas uma face da crise social, política, ética e espiritual, diz Assembleia Geral dos bispos

Indaiatuba (Quarta, 29-04-2009, Gaudium Press) O sistema neoliberal globalizado e a falta de ética na economia são as forças-motrizes da atual crise econômica, de acordo com a mensagem divulgada ontem pela Assembleia Geral dos bispos, documento assinado pelo arcebispo de Mariana (MG) e presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), dom Geraldo Lyrio Rocha, pelo vice e arcebispo de Manaus (AM), dom Luiz Soares Vieira, e pelo secretário-geral da CNBB e bispo auxiliar do Rio de Janeiro (RJ), dom Dimas Lara Barbosa. O evento acontece em Indaiatuba (SP) desde o último dia 22 e termina no dia 1º de maio.

“Na origem da crise estão o sistema neoliberal globalizado e a falta de ética na economia e na regulamentação do mercado, gerando corrupção e especulação. O mercado financeiro, na medida em que comanda as relações dos seres humanos entre si e com a natureza, reforça o consumismo comprometendo a justiça social e o equilíbrio ambiental. A crise financeira e econômica é apenas uma parte da crise mais profunda que é social, política, cultural, ambiental, ética e espiritual”, diz o comunicado.

O texto reforça que, neste ano, o Dia do Trabalho, comemorado na próxima sexta-feira (1º de maio), será lembrado em um contexto em que “os trabalhadores, os pobres, as pequenas e médias empresas” são os mais atingidos, o que pode provocar ainda mais demissões e inchaço do mercado informal “caso seja aprovada a Proposta de Emenda Constitucional sobre a Reforma Tributária, do modo como está sendo apresentada. Ela atingiria o cerne do sistema de Seguridade Social e reduziria gravemente a proteção de mais de 36 milhões de trabalhadores aposentados e pensionistas”.

No entanto, o comunicado diz que este tempo de crise representa “oportunidades para as mudanças necessárias em direção a uma nova ordem econômica”, contexto em que a Igreja “faz ressoar o clamor dos trabalhadores por vida e dignidade”.

De acordo com a mensagem, a CNBB voltou a confirmar seu compromisso em favor dos direitos sociais do povo e, em especial, dos direitos trabalhistas e dos esforços para consolidar as suas organizações.

 

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