Mais de 4 mil cavaleiros acompanham Jesus Sacramentado no tradicional “Quasimodo” no Chile
Caminhada surgiu como forma de proteger sacerdotes de ataques de bandoleiros |
Santiago (Terça-feira, 17-04-2012, Gaudium Press) No último domingo, 15, se levou a cabo na comuna da Colina, em Santiago do Chile, uma multitudinária procissão a cavalo para levar a Eucaristia aos enfermos do lugar. A comitiva foi presidida pelo arcebispo de Santiago, Dom Ricardo Ezzati, que levou o Santíssimo Sacramento em uma carroça clássica.
A tradicional cavalgada é chamada “Quasimodo” pelos católicos chilenos, que tomaram o nome das primeiras palavras em latim da antífona de entrada da liturgia do segundo dia de Páscoa. “Quasi modo geniti infanti …” (“Como crianças recém-nascidas …”, em latim). Procissões similares acontecem em todo o país sul-americano, sendo a da Colina a maior de todas.
“A fé de vocês é um exemplo para todos os cristãos de Santiago e do Chile”, expressou Dom Ezzati aos mais de 4 mil cavaleiros e a multidão que saiu ao encontro da procissão. “A fé e o amor de vocês por Jesus Cristo na Eucaristia é um belo sinal do vigor de nossa fé, da fé de nosso povo, que, apesar de todas as dificuldades e de todas as oposições que podemos encontrar no caminho, atestam que Jesus Cristo, seu Evangelho, está profundamente arraigado na cultura de nosso povo”, afirmou.
No Quasimodo, os cavaleiros portam grandes bandeiras |
O Quasimodo é uma festa de grande colorido e tradição, para qual os cavaleiros se vestem de forma especial e portam grandes bandeiras. A procissão surgiu espontaneamente, quando os sacerdotes enfrentavam graves perigos para cumprir o mandato do Concílio de Trento, que era o de levar a Eucaristia aos enfermos no segundo domingo da Páscoa. Ante aos ataques que sofriam por parte de bandoleiros que roubavam inclusive o cálice com as hóstias consagradas, grupos de homens a cavalo começaram a escoltar o Santíssimo Sacramento.
Para Dom Ezzati, o Quasimodo “e um tesouro inestimável” e seus participantes cumprem uma função vital. “Com sua presença massiva, de fé, estão aqui para dizer ao mundo e ao Chile que o futuro de nosso país não se pode construir sem fé, e se construir sem fé não será o futuro de esperança que todos ansiamos”.
É tradicão da cerimônia levar a Eucaristia aos enfermos |
O prelado também destacou como exemplo o costume popular de ajoelhar-se ao passo da Eucaristia, que “significa descartar os ídolos, que muitas vezes enganam com suas aparências nossa vida”. Estas expressões públicas de fé têm para o arcebispo uma importância eclesial. “Estamos presentes na construção deste mundo, contribuindo com que é essencial, sua alma”, concluiu.
Com informações da Conferência Episcopal do Chile.
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