ONU se mobiliza para reverter conflito no Sri Lanka que já deixou mais de 170 mil desabrigados
Nova Déli (Quinta, 23-04-2009, Gaudium Press) Motivada pelas “necessidades críticas” dos mais de 170 mil tâmeis desabrigados pela guerra entre o Exército e os rebeldes separatistas dos Tigres de Libertação da Pátria Tâmil (LTTE), no Sri Lanka, a ONU (Organização das Nações Unidas) lançou nesta quinta-feira um apelo urgente para arrecadar fundos no intuito de reverter esse quadro.
Por meio de um comunicado, a ONU informou que apenas nos acampamentos de Vavuniya (norte), 80 mil pessoas tentam encontrar abrigo. As agências humanitárias se esforçam para reunir mantimentos e suprimentos de necessidade básica para a multidão.
“Vi crianças com diarréia, crianças e mulheres mal nutridos, feridos sem atendimento e gente vestida com trapos”, disse, em Colombo, o coordenador humanitário da ONU no Sri Lanka, Neil Buhne, que ainda destacou que a ONU pediu, neste mês, 155 milhões de dólares para atender o número crescente de desabrigados pelo conflito, mas, segundo o coordenador, nem um terço da quantia foi disponibilizado.
Preocupação
“Os membros do Conselho de Segurança da ONU expressamos nossa grande preocupação com a situação humanitária […] e as más condições dos civis presos na área de conflito”, disse o embaixador mexicano Claude Heller a jornalistas depois de um encontro informal das 15 nações do conselho sobre os Sri Lanka realizado nesta quarta-feira.
Heller disse que os membros do conselho “fortemente condenaram” a guerrilha LTTE, que aparentemente usa civis encurralados em uma faixa de 13 quilômetros quadrados como escudos humanos.
Explode a tensão
A tensão que explodiu nos últimos meses entre a maioria cingalesa do Sri Lanka e a minoria tâmil se manifestou de forma clara após a independência do país, em 1948, do domínio britânico. Os Tigres Tâmeis surgiram em 1976, para lutar pela criação de um Estado independente no norte do país, alegando defender o direito das minorias tâmeis diante da opressão de sucessivos governos da maioria cingalesa. Os tâmeis representam menos de 10% da população.
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