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A Igreja rejeita despenalização parcial do aborto na Argentina

Buenos Aires (Quinta-feira, 15-03-2012, Gaudium Press) “Não existe nenhum motivo nem razão que justifique a eliminação de uma vida inocente, nem sequer no caso lamentável e triste de uma violação”, afirmou o presidente da Conferência Episcopal Argentina (CEA), Dom José Maria Arancedo, ao conhecer o fracasso da Corte Suprema da Argentina que, desde terça-feira, 13, despenalizou o aborto em casos de violação.

A sentença da Corte Suprema ordena não só a não judicializar os casos de abortos cometidos por mães que foram vítima de violação, mas também exigir como único requisito para o procedimento uma declaração juramentada por parte da mãe, apesar de que -como efetivamente adverte a sentença- possam gerar “casos fabricados” com declarações falsas.

O tribunal também ordenou que o sistema de saúde seja posto a serviço das práticas abortivas, agora legais.

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“O aborto é a supressão de uma vida inocente”, recordou Dom Arancedo

A ponta de lança para a legalização do aborto

“Esta é a ponta de lança para que um pronunciamento da Corte abra a porta a legalização do aborto” advertiu o arcebispo de la Plata, Dom Héctor Aguer, quando em maio de 2011 apareceram indícios da decisão que agora tomaria a Corte.

“Isso é o que se passou nos Estados Unidos. Muitos de vocês se recordam do famoso caso “Roe versus Wade”, pelo qual a Corte Suprema da Justiça dos Estados Unidos iniciou esse caminho de legalização do aborto”, recordou o arcebispo em uma alocução televisiva.

“O aborto é a supressão de uma vida inocente”, recordou Dom Arancedo, que defendeu a clara posição dos bispos argentinos frente ao tema, expressada na declaração intitulada “Não uma vida, mas duas”, realizada em agosto de 2011 pela Comissão Permanente da Conferência Episcopal Argentina.

“Quando uma mulher está grávida, não falamos de uma vida, mas de duas”, afirmaram os bispos na citada declaração. “Desejamos escutar, acompanhar e compreender cada situação, procurando que todos os atores sociais sejam corresponsáveis no cuidado da vida, para que tanto a criança como a mãe sejam respeitados sem cair em falsas opiniões”.

Promoção do aborto

O esquema de promoção do aborto via judicial, vem sendo empregado sistematicamente durante os últimos anos na América Latina por diversas organizações financiadas internacionalmente.

Os promotores do aborto encontraram nesta estratégia uma forma para superar a consistente oposição popular nos órgãos da democracia representativa, que tradicionalmente haviam evitado a legalização da prática nos países da região, majoritariamente católica.

Com informações da AICA.

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