Gaudium news > As águas de Colônia

As águas de Colônia

Bogotá (Quinta-feira, 08-03-2012, Gaudium Press) É difícil não reconhecer ao olfato a capacidade que tem para ajudar-nos a transcender a realidade, se o estimulamos maravilhosamente com uma boa fragância. Elas são de florais, de frutas, de resinas e de alguns minerais, cada uma com sua especial e misteriosa emanação odorifica, capaz de produzir diversos estados de espírito: animam, alegram, inspiram, tonificam. Predispõem a alma e o corpo para o bem estar e a partir disto suportar o dia a dia com suas cargas.

água de colonia1.jpg

Podemos dizer com entristecida certeza que toda a água que corre pelos germanicamente limpos aquedutos de Colônia não é perfumada, isso somente poderia pensar um menino muito inocente que ouvindo falar dessa água e da cidade, suporia que ali todas ela cheira a 4711 ou a Farina, duas casas tradicionais que, com pouco mais de três séculos de labor artesanal, conseguiram criar esta maravilhosa confusão de conto de fadas: Colônia, uma cidade onde suas águas tem um odor delicioso.

Mas não deixa de ser uma interessante casualidade -ou quiçá uma providencial coincidência, que tenha sido precisamente nesta cidade alemã tão marcada pela cristandade, onde duas famílias conseguiram elaborar fórmulas a base de felizes combinações, que mescladas com a água da legendária urbe, dão águas perfumadas que entretanto hoje em dia são as preferidas inclusive de príncipes árabes e governantes do distante oriente. Isto para dizer o menos, pois foram muitos os homens de fama mundial que as usaram como sua loção predileta nestes últimos séculos.

Uma delas foi segredo de um monge que a preparava de tempos em tempos para perfumar seguramente paramentos e corporais da sacristia. Terminou presenteando a fórmula a seu sobrinho no dia do matrimonio, fórmula com a qual a família tornou-se riquíssima. Enquanto a outra certamente foi o bom anjo custódio de um italiano que lhe inspirou ir viver em Colônia e ali combinar e combinar fórmulas até obter a sua tão fresca e reconfortante como poucas e que lhe fizera “recordar um amanhecer italiano com narcisos da montanha e flores de laranja”, disse o fundador da casa cujo sobrenome de família ficou co mo marca desta requintada água de Colônia.

água de colonia2.jpg

Tudo parece indicar que realmente nosso inocente infante teria razão ao supor que as águas de Colônia eram agradavelmente aromáticas, porque se não o são, ao menos tem resultados excelentes para misturar-se com as secretas fórmulas das casas de perfumes mais antigas do mundo. Frequentemente a inocência penetra mais fundo a realidade e a transcende, (Mt 18, 3).

Como seriam as águas do paraíso terrestre?

Sede de um príncipe-arcebispo eleitor do sacro império, Colônia cresceu às margens do lendário Reno e é protagonista de uma história cristianíssima e heróica, especialmente desde a Idade Média. Mas nem sua imponente catedral que não foi destruída apesar dos maliciosos bombardeios da última guerra, nem suas famosas universidades e museus, a representam tão eloquentemente hoje em dia como sua ‘feérica’ e legendária água mundialmente reconhecida e solicitada em sua mais agradável expressão: kölnisch Wasser, em todos os idiomas e que pareceria temperada com a preciosissíma água-sangue do coração de Nosso Redentor.

Por Antonio Borda

Deixe seu comentário

Notícias Relacionadas