Gaudium news > “A igreja quer destacar nesta quaresma o tríplice exercício da vida cristã: a oração, o jejum e a esmola”, afirma o arcebispo de Porto Alegre

“A igreja quer destacar nesta quaresma o tríplice exercício da vida cristã: a oração, o jejum e a esmola”, afirma o arcebispo de Porto Alegre

Porto Alegre (Quarta-Feira, 07/03/2012, Gaudium Press) A Igreja católica convida a todos os fiéis a viverem com piedade, retidão de espírito e entrega total esse tempo de preparação da Quaresma, e em sintonia com esse tempo litúrgico, dom Dadeus Grings, arcebispo metropolitano de Porto Alegre (RS), escreveu recentemente o artigo “O tríplice exercício quaresmal”, onde ele apresenta os três exercícios que a Igreja utiliza neste período para moldar o ser humano em sua totalidade: espírito, corpo e convivência.

Dom Dadeus Grings.jpg
Dom Dadeus Grings

Ao longo dos 40 dias da Quaresma, que segundo o prelado, representam os 40 anos de travessia do deserto, quando o Povo de Deus foi formado pela Palavra e pelo pão vindo do céu, a Igreja procura preparar seus fieis para a celebração da Páscoa com três exercícios. Para fortalecer o espírito, durante a quaresma, explica dom Dadeus, a Igreja insiste na oração, que envolve os atos de piedade e devoção, elevando o pensamento, a vontade e os sentimentos para Deus, origem e meta de nossa caminhada terrestre. “Aprendemos a amá-lo acima e em todas as coisas. Nele encontramos a razão de nosso ser.”

O arcebispo recorda que a cruz simboliza muito bem esta dimensão: pela haste vertical aponta para o céu, atestando a transcendência da vida humana sobre as dimensões da terra. “Buscamos na Bíblia e na Natureza a inspiração para a oração e para nossos atos de piedade. Nelas lemos os pensamentos e os projetos de Deus. Por elas nos colocamos à escuta de sua Palavra, respondendo-lhe com nossa oração”, completa.

O segundo exercício quaresmal, de acordo com Dom Dadeus, diz respeito ao corpo, talvez hoje mais necessário que nunca: que é o jejum. Segundo ele, com a vida sedentária e com a generalização da obesidade, conseqüência de uma alimentação descontrolada e muitas vezes mórbida, com os vícios do álcool e das drogas, que escravizam o ser humano, o apelo para o jejum se torna veemente para a promoção da saúde e o controle das tendências que levam aos excessos.

“Percebemos, mais que nunca, a necessidade de controlar os instintos do prazer. Jejuar significa afirmar a supremacia do espírito sobre o corpo, de modo a proporcionar-lhe saúde pela plena harmonia de todas as dimensões humanas: física, biológica, social, religiosa. Assim como a paz promana da harmonia de todas as forças sociais, a saúde resulta do perfeito funcionamento e sincronia de todas as dimensões da vida humana”, salienta.

Para o prelado, o terceiro exercício quaresmal já nos situa na sociedade, pois nenhum homem é uma ilha, ninguém vive para si. “Viver é, pois, conviver. A esmola simboliza a caridade fraterna e a solidariedade. Não se reduz a valores materiais. Acima de tudo envolve acolhida: dar tempo às pessoas, carinho, aprofundar relações de amizade”, diz ele, que ainda afirma que a riqueza de uma pessoa se mede pelas relações sociais que conseguiu estabelecer durante sua vida.

“O mandamento do amor a Deus se estende ao próximo. Constitui a haste horizontal de nosso símbolo religioso: a Cruz. Sem amor ao próximo não há cristianismo, assim como não se pode qualificar de cristão quem não ama a Deus.”

Por fim, dom Dadeus afirma que a Igreja quer, nesta quaresma, que tem como marca da Campanha da Fraternidade, a saúde pública, destacar este tríplice exercício da vida cristã: “a oração, o jejum e a esmola, vistos na perspectiva da relação com Deus, consigo mesmo e com os outros, respectivamente, no espírito de fé, de cuidado com a saúde e de convivência fraterna”, conclui ele.(FB)

Deixe seu comentário

Notícias Relacionadas