Gaudium news > Artigo: A Beleza e a perfeição

Artigo: A Beleza e a perfeição

 

“A perfeição do ser na linha apetitiva forma a bondade e a mesma perfeição na linha entitativa diz ordem ao entendimento, formando a beleza”, afirma o Padre Mateo Febre O.P. Assim dizendo, bondade e beleza partem da perfeição do ser; mas de forma particular a beleza é essa perfeição enquanto conhecida.

POR DO SOL.jpeg

Entretanto, o conhecimento e suas operações são algo amplo. Não somente é o conhecimento intelectual, mas também é o conhecimento sensível. Dentro do conhecimento intelectual temos três atos: a simples apreensão, o juízo e o raciocínio. E em todos os anteriores pode se dar a beleza: a beleza que existe em uma concatenação lógica bem disposta; a beleza da verdade em um juízo reto; e a beleza que surge da simples primeira apreensão dos seres, tanto em seu aspecto intelectual como através do caminho sensível. Toda a perfeição captada pela faculdade cognoscitiva, nos mostra a beleza do ser. E como beleza que é, segundo nos diz São Tomás, quando captada, agrada.

Ressaltemos aqui esta união íntima entre beleza e perfeição. A verdadeira beleza é a que parte da perfeição. Quanto maior for a perfeição maior será a possibilidade de perceber sua beleza. E o prazer que causa a beleza deve ser o estímulo para buscar a perfeição. Beeza sem perfeição é falsa beleza.

Corolários práticos
– Se a beleza nos agrada, há maior perfeição conhecida pois há maior agrado. E como a perfeição no homem é a santidade ou virtude heroica, quanto maior a virtude conhecida ou “sentida” dentro de si, maior o agrado. Não existem pessoas com maior agrado interno que os santos, por mais que sofram.

CASTELO.jpeg

– Conhecer exemplos de vida sublimes, e, portanto, mais perfeitos, trará uma alegria interna muito maior que os meros agrados dos prazeres sensíveis. Se queremos nos sentir inspirados, fortalecidos, “impulsionados”, animados e altamente agradados, leiamos ou conheçamos vidas de santos.

– Deus nos presenteou com linhas obras de suas mãos: o entardeceres, as belas paisagens, toda a obra da criação. Elas participam de seu Ser divino. Ao contemplar sua beleza contemplamos os reflexos da perfeição de Deus. Na medida em que tenhamos isto presente, o universo a nosso alcance não será ocasião de perdição, por nosso desejo de fruição egoísta, mas servirá de escada para se chegar ao Criador.

A todo instante, ante a maravilha da Criação, a única coisa que nos cabe dizer é: “Deus, Deus, Deus …”.

Saúl Castiblanco

 

Deixe seu comentário

Notícias Relacionadas

  • O caso dos Arautos do Evangelho

    Andrea Gagliarducci, um dos mais reconhecidos vaticanistas da atualidade e especialista na diplomacia vaticana, traz a lume para a opinião pública...

    Mais
  • Leão XIV: A Igreja que Virá

    O documento que considerou o título de corredentora de Maria “inapropriado” não foi a única notícia que surgiu na semana passada. Redação (...

    Mais