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“A estrada da morte, na realidade, é uma via da esperança”, afirma Bento XVI

Cidade do Vaticano (Quinta-feira, 03-11-2011, Gaudium Press) “Quem pode reconhecer na morte uma grande esperança, é que pode viver uma vida a partir da esperança”. O Papa Bento XVI hoje de manhã, em audiência geral que coincide com a Comemoração dos fiéis defuntos, falou sobre a dimensão sobrenatural do nosso destino. O Santo Padre recordou que mesmo hoje, no mundo “aparentemente racional” onde domina a ciência, “o homem precisa da eternidade”

Aos sete mil fiéis presentes na Sala Paulo VI, o Papa ofereceu “alguns simples pensamentos sobre a realidade da morte”. Sobre a morte que, conforme o pontífice, para nós cristãos é iluminada pela Ressurreição de Cristo. As palavras do Santo Padre também foram no sentido de renovar a nossa fé na vida eterna e de afastar o medo do homem ante o desconhecido. “Temos medo diante da morte”, observou o Papa, “porque temos medo do nada e também do julgamento das nossas ações”.

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O Santo Padre destacou em sua catequese que o homem precisa da eternidade

Sobre esta ideia de que a morte é o nada, Bento XVI tentou argumentar contrariamente, afirmando que “a estrada da morte, na realidade, é uma via da esperança”. Neste sentido, salientou o Santo Padre, “percorrer os nossos cemitérios, assim como ler as inscrições sobre os túmulos é cumprir um caminho assinalado pela esperança de eternidade”.

Bento XVI falou também sobre a racionalidade do mundo atual, que nos faz cair em formas de espiritismo. “Hoje o mundo difundiu a tendência”, continuou o Papa, “de que toda realidade tem de ser enfrentada com os critérios da ciência experimental, e que também à grande questão da morte se deva responder não tanto com a fé, mas partindo de conhecimentos experimentáveis, empíricos”.

Porém, segundo o pontífice, estas experiências não são suficientes. Pelo contrário, “desta maneira, termina-se por cair em formas de espiritismo, na tentativa de ter algum contato com o mundo além da morte, quase imaginando que haja uma realidade que, no fim, é uma cópia daquela presente”, advertiu Bento XVI.

O Santo Padre ressaltou também que a verdadeira natureza do homem não pode se reduzir somente a uma dimensão horizontal. “O homem precisa da eternidade e é explicável somente se há um Amor que supere todo o isolamento, mesmo o da morte, em uma totalidade que transcenda também o espaço e o tempo”.

Aliás, afirmou o Papa, “o homem encontra o seu sentido mais profundo, somente se há Deus. O homem precisa de Deus, de Deus que se mostrou verdadeiramente e tornou-se acessível na Pessoa de Jesus Cristo, feito homem e crucificado e ressuscitado por nós”. Neste sentido, o Santo Padre afirmou: “Cristo nos sustenta através da noite da morte que Ele mesmo atravessou; é o Bom Pastor, em cuja orientação se pode confiar sem nenhum medo, porque Ele conhece bem a estrada, mesmo através da escuridão”.

Concluindo seu discurso, o Papa relembrou os fiéis da resposabilidade em testemunhar ao mundo “com coragem e com força, através das visitas aos cemitérios, a nossa fé que detrás do presente não há o nada”. Porque, segundo o Santo Padre, é a fé na vida eterna que “dá ao cristão a coragem de amar ainda mais intensamente esta nossa terra e de trabalhar para construir um futuro para lhe dar uma verdadeira e segura esperança”. (AA)

 

 

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