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Papa Bento XVI encontra-se com bispos de Angola em visita Ad Limina Apostolorum

Cidade do Vaticano (Segunda-feira, 31-10-2011, Gaudium Press) O Papa Bento XVI recebeu na manhã do último sábado, 29, no Vaticano, os bispos da Conferência Episcopal de Angola e São Tomé por ocasião da visita “ad Limina Apostolorum” que se realizou de 24 a 31 de outubro. No seu discurso aos prelados, o Santo Padre falou sobre a contribuição que a Igreja deve dar ao povo africano e comentou, entre outras coisas, sobre os principais desafios enfrentados, segundo ele, pela Igreja Católica em Angola.

“A nossa primeira e mais específica contribuição para o povo africano é a proclamação do Evangelho de Jesus Cristo, uma vez que o anúncio de Cristo é o primeiro e principal fator de desenvolvimento. De fato, a dedicação ao serviço do desenvolvimento procede da transformação do coração, e a transformação do coração só pode vir da conversão ao Evangelho”, afirmou o Papa inicialmente.

Para depois sublinhar três aspectos urgentes dos obstáculos na vida cristã do país. O primeiro foi a necessidade da promoção de um matrimônio sacramental, fundamental para a família. O segundo foi a relação entre a fé cristã e as religiões tradicionais africanas que “não hesitam em recorrer a práticas incompatíveis com o seguir Cristo”. O terceiro e último elemento foram “os resquícios de tribalismo étnico palpáveis nas atitudes de comunidades que tendem a fechar-se, não aceitando pessoas originárias de outras partes da nação”.

No que tange ao primeiro aspecto, o Papa agradeceu aos bispos por escolherem justamente o tema do matrimônio e da família para o programa pastoral dos próximos três anos em Angola. “Ajudai os casais a adquirir a maturidade humana e espiritual necessária para assumirem de modo responsável a sua missão de esposos e pais cristãos, recordando-lhes que o seu amor esponsal deve ser único e indissolúvel como a aliança entre Cristo e a sua Igreja. Este tesouro precioso deve ser salvaguardado, custe o que custar”, disse.

Em relação ao segundo aspecto, Bento XVI fez um apelo ao prelados angolanos para que “lembrados de que a vida humana é sagrada em todas as suas fases e situações, continuai, queridos bispos, a levantar a vossa voz a favor das suas vítimas. Mas, tratando-se de um problema regional, convém um esforço conjunto das comunidades eclesiais provadas por esta calamidade, procurando determinar o significado profundo de tais práticas, identificar os riscos pastorais e sociais por elas veiculados e chegar a um método que conduza à sua definitiva erradicação, com a colaboração dos governos e da sociedade civil”.

Referindo-se por fim ao terceiro e último aspecto, Bento XVI ressaltou que “na Igreja, como nova família de todos os que acreditam em Cristo (cf. Mc 3, 31-35), não há lugar para qualquer tipo de divisão”. Segundo o Santo Padre, o que une todos os homens e as mulheres de tribos, línguas e nações é a Eucaristia, que os torna irmãos e irmãs, criando uma fraternidade mais forte do que a terrena.

Bento XVI foi à Angola em março de 2009, de 17 a 13, em uma viagem que incluía também a visita à República dos Camarões. Daqui a três semanas o pontífice irá pela segunda vez ao continente africano em visita ao Benin.

 

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