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Monsenhor Gilson Andrade é ordenado bispo em Petrópolis

Petrópolis (Segunda-feira, 26-09-2011, Gaudium Press) “In verbo tuo laxabo retes” – Por causa da Tua Palavra lançarei as redes (Lc 5,5). Este é o lema episcopal de Dom Gilson Andrade da Silva, ordenado bispo durante cerimônia na Catedral São Pedro de Alcântara, em Petrópolis (RJ) no último sábado. “A resposta de São Pedro é o lema de Monsenhor Gilson. Os cálculos humanos dizem o contrário, mas é razoável abandonar-se à tua Palavra”, explicou Dom Fillipo Santoro, bispo de Petrópolis que presidiu a celebração eucarística.

Também participaram da ordenação o Arcebispo de Niterói (RJ), Dom Alano Maria Pena; o Arcebispo de Salvador e Primaz do Brasil, Dom Murilo Krieger, o Arcebispo emérito de Salvador, Dom Geraldo Majella Agnelo e o Arcebispo do Rio de Janeiro, Dom Orani João Tempesta.

Ao discursar, Dom Gilson agradeceu a todos que participaram, de forma direta ou indireta, de sua formação, ressaltando a importância de sua família e dos amigos sacerdotes que lhe ajudaram ao longo de seu ministério sacerdotal. Ao render agradecimentos a Dom Fillipo, o novo bispo lembrou dos inúmeros trabalhos que lhe foram confiados pelo bispo de Petrópolis e afirmou que “Dom Fillipo é um verdadeiro pastor desta igreja e que muito incentiva os sacerdotes”.

O bispo de Petrópolis, em sua homilia, lembrou o ministério episcopal e os símbolos que com ele se relacionam. “Que o seu ministério seja a manifestação deste amor e receba a graça de muitos frutos de santidade, no anúncio da Palavra, na celebração dos sacramentos, inclusive na ordenação de padres e na cura pastoral do povo de Deus”. Dom Fillipo disse ainda que Monsenhor Gilson “se destacou como formador de padres em nossa Diocese, de forma séria e muito rigorosa, mas, sobretudo com grande amor e sempre em comunhão com o seu Bispo”.

A posse do Dom Gilson de Andrade Silva na Arquidiocese de São Salvador como bispo auxiliar, acontecerá no dia 10 de outubro. N o entanto, domingo, dia 25, Dom Gilson vai presidir a missa da 9h, na Igreja Nossa Senhora do Rosário e neste mesmo dia, celebra, às 18h30, na Igreja Nossa Senhora do Amor Divino, em Correas, e no dia 28, às 19h30, celebra na Igreja Santana e São Joaquim, Matriz de Cascatinha, todos em Petrópolis, RJ. (LB)

Veja na integra a homilia de Dom Filippo:

 

 Eminência Dom Geraldo Magela Agnelo, Arcebispo emérito de são Salvador,

Dom Alano Maria Pena, Arcebispo de Niterói e nosso Metropolita,

Dom Murilo Sebastião Ramos Kriger, Arcebispo de São Salvador da Bahia e Primaz do Brasil,

Dom Orani João Tempesta, Arcebispo de São Sebastião do Rio de Janeiro, e presidente do Regional Leste 1 da CNBB,

Excelentíssimos Senhores Bispos, do Leste 1, e de várias dioceses do Brasil.

Junto com os Bispos e antes deles quero saudar o santo Padre Bento XVI que nestes dias está fazendo uma viagem apostólica na Alemanha. A imprensa não relata, mas são comoventes as celebrações de massa com um grande número de fiéis em Berlin e em Erfurt. Recomendo entre os vários discursos aquele que Bento XVI pronunciou diante do Congresso alemão. É um primor de cultura enraizada na fé que indica aos povos os caminhos da democracia e da verdadeira liberdade. Espero que os meios de comunicação católicos apresentem bem a notícia. Assim aproveito para agradecer a Canção Nova que transmite ao vivo toda a missa e a Rede Vida que fará amplas reportagens; a Pastoral da comunicação do Rio de Janeiro e de Petrópolis.

Saúdo sua Excelência Sr. Prefeito de Petrópolis, Paulo Mustrangi,

Deputados federais e estaduais, Vereadores e secretários do Município de Petrópolis, representante do Sr. Governador do Estado do Rio de Janeiro.

Saúdo o Revmo. Mons. Paulo Daher no qual cumprimento todos os Padres da Diocese de Petrópolis.

Saúdo os Sacerdotes representantes da arquidiocese de São Salvador da Bahia;

Saúdo Mons. Giorgio Facchin no qual cumprimento todos os padres vindos do Brasil e do exterior,

Religiosos, Religiosas, seminaristas e fiéis leigos aqui presentes nesta Catedral de São Pedro de Alcântara, totalmente lotada.

Caríssimo Mons. Gilson.
Hoje Petrópolis vive um momento histórico. Pela primeira vez um sacerdote da nossa Diocese é ordenado Bispo nesta catedral. Nos alegramos todos e louvamos o Senhor.
Como devem estar alegres os Bispos que me antecederam a começar por dom Manoel Pedro da Cunha Cintra, Dom José Fernandes Veloso e Dom José Carlos de Lima Vaz. Como estamos felizes, eu e o filho desta Diocese Dom Paulo Francisco Machado.

Mons. Gilson é querido por todos como Reitor do Seminário Nossa Senhora do Amor Divino, como animador da Pastoral da Juventude e da Pastoral Vocacional como Presidente da Mantenedora da UCP, Faculdades católicas Petropolitanas e como meu precioso colaborador na primeira linha do Plano Pastoral Diocesano e da Missão Popular. Todos nós aqui estamos muito contentes por aquilo que hoje o Espírito vai realizar na sua vida. A alegria é visível nos rostos de todos.

Este momento é solene, um dos pontos mais altos da Liturgia da Igreja, mas, ao mesmo tempo, é um momento simples. È solene porque através da sagração dos Bispos se dá continuidade à Sucessão Apostólica, e se dá a plenitude do sacramento da ordem; simples porque continua a mesma familiaridade com a qual Jesus chamou os primeiros doze a ser seus amigos: “E constituiu Doze, para que ficassem com ele, para que os enviasse a anunciar a Boa Nova, com o poder de expulsar os demônios” (Mc 3, 14-15). Nós também hoje somos atraídos pela beleza, pela humanidade, pelo rosto de Cristo, pela sua Palavra, pelo seu amor.

Como ouvimos no Evangelho de João, Jesus repete a você “Tu me amas”? Fora da lógica do amor não se entenda nada daquilo que estamos celebrando. A vida do cristão e do Bispo se encerra neste diálogo.

Trata-se do “amoris oficium”, do Bispo, serviço de amor. Como Pedro sentimos a nossa indignidade, mas o Senhor nos pergunta uma coisa só: “Tu me amas”?

Esta ordenação Episcopal é um ato de amor em primeiro lugar de Cristo. É Cristo que ama Mons. Gilson, o constitui apóstolo da sua Igreja. É um ato de amor para a Igreja de Petrópolis, porque escolhe um dos seus filhos para a plenitude do sacerdócio. É um ato de amor para Igreja de Salvador, onde Mos. Gilson desenvolverá as primícias do seu ministério episcopal. Desconcertados diante de tanto amor nós também respondemos “Senhor, Tu sabes que eu te amo”. E nós Mons. Gilson estamos contigo neste grande momento.

É sempre Cristo que ama por primeiro e a este amor se responde com o lema de Mons. Gilson “In verbo tuo laxabo retes”. Por causa da Tua Palavra lançarei as redes (Lc 5, 5). A resposta de São Pedro é o lema de Mons. Gilson. Os cálculos humanos dizem o contrário, mas é razoável abandonar-se à tua Palavra. È a resposta da fé, da entrega cheia de confiança; do amor que se abandona. E a esta confiança segue a pesca milagrosa. Quantas vezes experimentamos o milagre na nossa vida quando nos abandonamos ao plano do Senhor?! Que o seu ministério Mons. Gilson seja a manifestação deste amor e receba a graça de muitos frutos de santidade, no anúncio da Palavra, na celebração dos sacramentos, inclusive na ordenação dos padres e na cura pastoral do povo de Deus. Você se destacou como formador de padres da nossa Diocese, de forma séria e muito rigorosa, mas, sobretudo com grande amor e sempre em comunhão com o seu Bispo.

Entre tantos símbolos e momentos desta Liturgia queria que admirássemos o ponto central que é o Espírito Santo, que aqui, é chamado “Spiritus Pricipalis”, Espírito Soberano.

Depois da ladainha dos santos, num profundo silêncio, os Bispos ordenantes impõem as mãos sobre o eleito, continuando quanto faziam os Apóstolos. Segue a Prece de Ordenação, que é uma perola preciosa em toda a liturgia que, no ponto central, diz:

“Enviai sobre este eleito a força que de vós procede, o Espírito Soberano, que destes ao vosso amado Filho, Jesus Cristo, e ele transmitiu aos santos Apóstolos, que fundaram a Igreja por toda a parte, como vosso templo, para glória e perene louvor do vosso nome”.

Em seguida a ação do Espírito se manifesta por meio de uma abundante unção da cabeça do eleito com o Santo Crisma. O Bispo é cabeça da Igreja; por isso enquanto aos fiéis é ungida a fronte, aos padres as mãos, aos bispos unge-se profusamente a cabeça, indicando a ação do Espírito na condução da Igreja, por meio dos seus Pastores.
Depois, sempre em clima de intenso silêncio, é feita a Entrega dos Evangelhos. Tarefa do Bispo é manter integro o Depósito da Fé.

A centralidade do Espírito na ordenação dos Bispos mostra que esta ação supera infinitamente as forças humanas e que só Deus com o seu poder muda a vida de pobres criaturas tornando-os capazes de consagrar novos pescadores de homens. Estamos mudos e admirados diante do poder de Deus que nos toca e nos transforma com a suavidade do seu amor.

As insígnias episcopais, pois simbolizam a mudança profunda que ocorre no eleito: o anel, a mitra e o báculo pastoral.

No escudo de Mons. Gilson, junto com a cruz de Cristo e o lema “por causa da tua Palavra”, se destaca o azul da referência a “Virgem Maria, Mãe de Deus e da Igreja, Rainha dos Universos, Guia da Nova Evangelização e Advogada nossa”. Nossa Senhora que ele aprendeu a venerar no seminário e na nossa Diocese como Nossa Senhora do Amor Divino. A Ela entregamos todo o seu ministério episcopal.

Dom Murilo, digníssimo arcebispo de São Salvador da Bahia e primaz do Brasil, depois da sagração, lhe oferecemos um dos melhores sacerdote da Diocese de Petrópolis. O acolha e o ame com o calor da Bahia.

E você, Mons. Gilson lembre sempre e reze pela sua Diocese, em que estudou, foi ordenado sacerdote, sagrado Bispo e que continuará sempre sua. Assim seja!

Amem!

 

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