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A Cruz e o Ícone da JMJ chegam hoje a São Paulo

São Paulo (Domingo, 18-09-2011, Gaudium Press) Na última quarta-feira, 14, a Igreja Católica celebrou a Festa da Exaltação da Santa Cruz. Para os cristãos, a Cruz é o maior símbolo da fé porque recorda o Cristo crucificado, o seu sacrifício e o seu martírio que nos trouxe a salvação.

A veneração pública da Cruz de Cristo teve origem no século IV após sua descoberta milagrosa em 14 de setembro de 326 por Santa Helena, mãe do Imperador Romano Constantino, enquanto estava em pereginação a Jerusalém. Mais tarde, o próprio Constantino construiu a Igreja do Santo Sepulcro no local onde a Cruz fora encontrada. Outras duas igrejas foram construídas por ordem do imperador: em Belém próxima a Igreja da Natividade e outra no Monte da Ascenção, em Jerusalém.

Portanto, desde a crucificação de Jesus, a cruz é o mais forte símbolo da fé cristã. E por ser tão importante, ela faz parte do dia a dia dos católicos, seja em casa, seja no trabalho, no carro ou no rosário.

Todo cristão tem hoje a consciência de que carrega sua cruz. Disse Jesus: “Se alguém quiser me seguir, renuncie a si mesmo, tome a sua cruz e me siga. Pois quem quiser salvar a sua vida vai perde-la; e quem perder a sua vida por causa de mim vai encontra-la” (Mt 16.24-25).

Muitos se abandonam nesta afirmação de Jesus e encontram o verdadeiro caminho da morada eterna, mas ainda existem aqueles que não confiam plenamente nas palavras do Cristo e por isso, vivem cada momento como se fosse o último de suas vidas, sem se preocupar com o próximo e muito menos lembrar-se de que Cristo viveu intensamente por eles.

A cruz é um símbolo universal. O seu poder salvífico está na força de vida e salvação, de benção e santidade. Ela precisa ser compreendida como um “canal” condutor de graça que não apenas nos lembra a salvação adquirida pela morte de Jesus, mas na sua essência, o grande canal das graças e bençãos que recebemos pelos Sacramentos e pela Palavra de Deus.

Em 1983, a Igreja Católica instituiu o Ano Santo da Redenção que compreendia o período da Semana Santa de 1983 (25 de março) a Semana Santa de 1984 (22 de abril). “Abri as portas ao Redentor!” Com estas palavras, o Papa João Paulo II proclamou em 6 de janeiro de 1983 este Ano Jubilar que marcaria o 1950º aniversário da morte de Jesus e dava continuidade ao Jubileu extraordinário de 1933, proclamado pelo Papa Pio XI após ter instituido a festa de Cristo Rei e consagrado a humanidade ao Sagrado Coração de Jesus.

Este Ano Santo da Redenção, segundo João Paulo II, tinha também outro objetivo: preparava a Igreja para o Ano Santo de 2000. O Pontífice sugeriu que uma grande Cruz fosse colocada próxima ao altar principal da Basílica de São Pedro para representar o maior símbolo da fé católica.

Em seu pontificado, João Paulo II dedicou uma atenção mais do que especial aos jovens. No primeiro Ângelus após sua eleição (22 de outubro de 1978) ele se dirigiu aos jovens do mundo inteiro e afirmou: “Vós sois o futuro do mundo, a esperança da Igreja. Vós sois a minha esperança”.

O primeiro grande encontro do Papa João Paulo II com os jovens aconteceu em 1980, em Paris. Segundo o então secretário particular do papa e hoje arcebispo de Cracóvia, Cardeal Stanislaw Dziwisz, foram três horas de uma conversa com perguntas e respostas francas. “Naquele dia o Papa descobriu que os jovens estavam prontos a compartilhar com ele o caminho na direção de Cristo”.

Foi a partir deste encontro que o sonho do Pontífice começava a se tornar realidade. Ele instituiu a Jornada Mundial da Juventude (JMJ) com o intuíto de “fazer a pessoa de Jesus o centro da fé e da vida de cada jovem, para que Ele possa ser seu ponto de referência constante e também a inspiração para cada iniciativa e compromisso para a educação das novas gerações”.

Um dos símbolos mais marcantes do vínculo entre o Papa João Paulo II e a juventude é a Cruz dos Jovens, que, até hoje, peregrina de cidade em cidade, de país em país, chamando os jovens para seguir Jesus Cristo. Conhecida como “Cruz do Ano Santo”, “Cruz do Jubileu”, “Cruz da JMJ”, “Cruz Peregrina”, “Cruz dos Jovens”, é um simples cruzeiro de madeira de 3,80 metros. Foi entregue aos jovens em 1984, em Roma, como símbolo da fé.

“Assim se criou aquele grande movimento de jovens atrás da cruz. E foi o Papa a entregá-la, uma cruz para cada jovem e uma cruz para levar pelas estradas do mundo, proclamando o Cristo crucificado, mas também ressuscitado”, lembra o cardeal Dziwisz.

De acordo com o Pontifício Conselho para os Leigos, no início, as pessoas não compreendiam o que ela tinha de especial, mas pouco a pouco foram se dando conta de que a Cruz estava em missão a desejo do Santo Padre. A Cruz Peregrina já passou por momentos muito significativos, em que mostrou a comunhão do Papa com o mundo; um deles foi sua passagem pela Tchecoslováquia, quando o país ainda estava sob domínio comunista.

A versão original do ícone é mantida na Basílica de Santa Maria Maior, em Roma. Existem muitos testemunhos de pessoas que foram profundamente tocadas por seu encontro com a Cruz: nos últimos anos, esses testemunhos foram ainda mais numerosos, sendo mais difundidos pelo advento da internet.

Estes testemunhos podem ser encontrados no Saint Lawrence International Youth Center, casa habitual da Cruz, mas também em revistas e publicações dedicadas à JMJ. O poder salvífico da Cruz ainda é questionado por muitas pessoas.

Através desta Cruz, muitos jovens são capazes de compreender melhor a Ressurreição de Cristo e alguns encontram a coragem para tomar decisões em relação à sua vida.

Agora chegou a vez do Brasil receber este grande símbolo da fé cristã e tão importante para os jovens.

A Cruz e o Ícone em São Paulo

Hoje, a Cruz e o ícone de Nossa Senhora, os dois símbolos da Jornada Mundial da Juventude (JMJ) chegam a São Paulo, ponto de partida para uma grande peregrinação nacional e internacional que seguirá até 2013.

Para receber a Cruz, uma grande festa foi organizada no aeroporto Campo de Marte, zona norte da capital. A partir das 9h, uma série de reflexões sobre a Jornada e os testemunhos de quem participou do último encontro em Madri no mês de agosto vai preparar os fiéis para a chegada dos símbolos, que estão previstos para tocar o solo brasileiro às 16h.

Logo em seguida, o arcebispo metropolitano de São Paulo, Cardeal Dom Odilo Pedro Scherer, presidirá a Santa Missa. Ao final da celebração eucarística, os jovens levarão em conduzirão a Cruz e o Ícone de Nossa Senhora em procissão até a Catedral da Sé. Sua chegada está prevista para às 22h.

A programação continua durante toda a semana. Amanhã, os símbolos da JMJ permanecerão o dia todo na Catedral da Sé e às 19h partem em procissão até a igreja Nossa Senhora da Boa Morte. Às 20h haverá a celebração de acolhida e, durante a noite e madrugada, acontece uma vigília e peregrinação pelas ruas da cidade.

Na próxima terça-feira, 20, haverá uma celebração às 8h na região central de São Paulo, na área conhecida como Cracolândia. Ao final da missa, a Cruz e o Ícone retornam para a igreja da Boa Morte onde permanecem até às 13h30 quando seguem para o Santuário São Judas Tadeu, localizado no bairro do Jabaquara (zona sul). Às 15h acontece a Celebração Eucarística de acolhida. Os símbolos ficarão no Santuário durante o restante da tarde, toda noite e madrugada.

A peregrinação continua na quarta-feira. Às 7h terá início a Santa Missa e logo em seguida, eles partem para a Paróquia Imaculada Conceição, instalada no bairro do Ipiranga (zona sul). Por volta de 8h30 acontecerá a Missa de Acolhida e durante o dia haverá momentos de oração.

No final da tarde, o Ícone e a Cruz da Jornada Mundial da Juventude partem para o Arsenal da Esperança (Rua Dr. Almeida Lima, 900, Brás) onde permanecerão durante a noite e madrugada.

No dia 22 de setembro a Cruz e o Ícone deixam o Arsenal da Esperança e seguem para a Paróquia de Santana (Rua Voluntários da Pátria, 2060 – zona norte) onde permanecerão até o final da noite.

A peregrinação dos símbolos em São Paulo termina no dia 23 quando os símbolos passarão pela Diocese de Guarulhos.

A peregrinação até a JMJ 2013

A Cruz e o Ícone vão peregrinar até o dia 30 de outubro pelas sete províncias eclesiásticas do Regional Sul 1 da Conferência Nacional dos BIspos do Brasil (CNBB), que corresponde ao estado de São Paulo – o mais populoso do país e o que tem o maior número de dioceses, 50. Daí os símbolos seguem para o Regional Leste 2, composto por Minas Gerais e Espírito Santo, onde ficarão ao longo de todo o mês de novembro. No mês seguinte, será a vez do Regional Nordeste 3, composto pelos estados da Bahia e de Sergipe.

A peregrinação seguirá ao longo de todo o ano de 2012. Em dezembro, a Cruz e o Ícone deixam o Brasil e visitam Paraguai, Uruguai, Chile e Argentina. Já em Janeiro de 2013 retornam para concluir o itinerário no Sul do Brasil.

A etapa final acontecerá no Sul de Minas, no Vale do Paraíba (SP) e, finalmente, no estado do Rio de Janeiro, onde os símbolos chegam em abril de 2013.

Os locais por onde os símbolos já passaram

Por ocasião do Ano Santo de Redenção, o Papa João Paulo II decidiu colocar uma cruz cerca de quatro metros do altar principal da Basílica de São Pedro. No final daquele período, o Santo Padre a entregou aos jovens do mundo utilizando estas palavras:”Leve-a ao redor do mundo como sinal do amor do Senhor Jesus”.

Em 1985, ao ouvir a notícia da primeira viagen da Cruz, o Papa solicitou que ela fosse levada para Praga. Em seguida a levaram para os Estados Unidos onde foi celebrado o Ano Internacional da Juventude e no Domingo de Ramos 300 mil jovens participaram do encontro com o Papa na Basílica de São Pedro. Em dezembro daquele ano foi instituída oficialmente a JMJ.

Em 1987 aconteceu a primeira JMJ fora de Roma e a Cruz foi à América Latina pela primeira vez para o encontro dos jovens na capital argentina, Buenos Aires.

Em 1989 a Cruz visitou a Espanha pela primeira vez, para JMJ de Santiago de Compostela.

Em 1992 a Cruz foi confiada pela primeira vez aos jovens da diocese que seria o local da JMJ seguinte (Denver, Colorado, EUA). Neste período, ela também visitou pela primeira vez a Austrália.

Depois de uma pausa de 10 anos, em 2002 a Cruz inicia sua peregrinação pelo Canadá, mas antes de partir, visita o “Marco Zero”, local onde aconteceu os atentados contra as Torres do World Trade Center em Nova York. Em solo canadense, ela atravessou o país, saindo de Montreal com destino a Toronto numa viagem de 43 dias.

No ano de 2003, ao final da missa do Domingo de Ramos, no qual os jovens canadenses entregaram a Cruz aos alemães para a JMJ de Colónia, o Papa também deu-lhes uma cópia do ícone de Maria, Salus Populi Romani, e desde então a jornada da Cruz e Ícone andam juntos.

Entre os anos de 2006 e 2007, antes de chegar na Austrália para a JMJ 2008, a Cruz e o Ícone passaram pelos cinco continentes.

Nos dois anos seguintes, 2008 e 2010, os símbolos da Jornada peregrinaram por lugares diferentes, como Aquila, Itália, após o terremoto que devastou a região de Abruzzi.

Durante a celebração do Domingo de Ramos de 2009 na Praça de São Pedro, o Papa Bento XVI entregou a Cruz da JMJ e o Ícone para os jovens de Madri, que foram a Roma especialmente para esta ocasião.

Ao final da JMJ 2011, em Madri, os jovens brasileiros finalmente receberam os símbolos da Jornada Mundial da Juventude (JMJ) logo após o Papa Bento XVI anunciar a cidade do Rio de Janeiro como sede do próximo encontro mundial dos jovens que está marcado para 2013.

 Luciano Batista

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