Gaudium news > Bispo de Jequié comenta declaração do Papa sobre o uso de profiláticos para evitar a Aids

Bispo de Jequié comenta declaração do Papa sobre o uso de profiláticos para evitar a Aids

Brasília (Quarta, 25-03-2009, Gaudium Press) Bispo de Jequié (BA) e membro da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), dom Cristiano Jakob Krapf comentou ontem declaração de Bento XVI, no continente africano, contra o uso de camisinha para evitar a Aids. Dom Krapf afirmou que “o sexto mandamento é o método mais seguro e eficaz contra a disseminação da Aids e de outras Doenças Sexualmente Transmissíveis (DSTs)”.

“Não cometer adultério é o caminho mais seguro para superar a proliferação da AIDS e de outras DSTs. Mas o mundo está em outra. Até cristãos não respeitam o sexto mandamento. Diante da propaganda de caminhos mais atraentes e fáceis, não se pode esperar que todos venham andar por caminhos que exigem renúncias e autodomínio”, salienta o religioso.

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), existem aproximadamente 30 milhões de soropositivos no mundo inteiro. Deste total, quase 50% vive na África, onde pelo menos 25 milhões de pessoas já morreram contaminadas pelo vírus HIV. “Os resultados limitados dos investimentos bilionários na procura por remédios deixam evidente que prevenir é melhor que remediar”, afirma dom Krapf.

De acordo com o bispo de Jequié, os preservativos são apresentados como solução segura e única contra as DSTs, e também para evitar a gravidez indesejada e o recurso a práticas abortivas. “Nenhum cientista sério afirma que a camisinha oferece proteção total. No entanto, ter 90%, ou até 99% de proteção, é melhor que ter nenhuma. Mas não é honesto esconder a possibilidade de falhas”, observa.

Dom Krapf reafirma que a Igreja Católica “recomenda a paternidade responsável baseada em métodos naturais de controle”. “O problema é que tais métodos são mais exigentes que o recurso fácil aos métodos artificiais de pílulas e camisinhas”. O bispo criticou também a iniciativa do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, de distribuir camisinhas durante o Carnaval carioca.

“No maior país católico do mundo, a Igreja condena seu uso, mas o governo distribui dez milhões de camisinhas no Carnaval e o presidente joga preservativos para o povo no sambódromo. Pelo jeito, ou os foliões não levam a sério a gravidade da ameaça da AIDS, ou não confiam na proteção das camisinhas, para precisar recebê-las como brindes pagos pelo contribuinte”, enfatiza.

Para dom Cristiano Jakob Kraft, “a camisinha incomoda a Igreja por favorecer traições que minam a estabilidade da família e por facilitar a promiscuidade entre jovens de idade cada vez menor”. “Do jeito que as coisas são apresentadas pode ficar a impressão que se condena mais a camisinha que o adultério. O pecado não está na camisinha. Está no adultério que a camisinha favorece”, conclui.

 

Deixe seu comentário

Notícias Relacionadas