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Porta-voz israelense critica relatório da ONU sobre crimes de guerra em Gaza

Jerusalém (Quarta, 25-03-2009, Gaudium Press) O governo de Israel denunciou nesta terça-feira o relatório de um especialista das Nações Unidas que pede uma investigação mais profunda sobre a ofensiva israelense em Gaza. De acordo com o relator da ONU, há motivos para crer que Israel cometeu crimes de guerra.

“Infelizmente, trata-se de um exemplo a mais de uma atitude unilateral, parcial e injusta do Conselho de Direitos Humanos da ONU em relação a Israel”, declarou ontem Mark Regev, porta-voz do atual primeiro-ministro Ehud Olmert. “Este tipo de informe não faz qualquer favor aos direitos humanos. É uma instrumentação política dos direitos humanos”, acrescentou.

O relator especial da ONU para os Direitos Humanos, Richard Falk, acredita que há elementos suficientes para concluir que a ofensiva israelense na Faixa de Gaza é um crime de guerra de grande magnitude porque não poderia ser realizada se não era possível distinguir os objetivos civis dos militares.

Segundo Falk, cujo relatório foi apresentado em Genebra na segunda-feira, é necessária uma investigação de especialistas para determinar se os israelenses podiam distinguir esses objetivos.

“Se não era possível, nesse caso a ofensiva foi, por natureza, ilegal e constitui um crime de guerra de grande magnitude segundo a legislação internacional”, afirmou.
Segundo Falk, o uso da força por Israel para acabar com os disparos de foguetes palestinos contra seu território – o motivo oficial das autoridades israelense – não é justificado do ponto de vista legal em função da existência de alternativas diplomáticas disponíveis.

Denúncias

As recentes denúncias de supostos crimes de guerra de Israel começaram a ganhar força esta semana com uma reportagem do jornal britânico “The Guardian”. Na matéria, o jornal apresenta provas documentadas e depoimentos de crianças que disseram terem sido usadas como escudos humanos por soldados de Israel.

A reportagem denuncia ainda ataques diretos contra alvos humanitários e hospitais feitos por aviões de ultra-precisão, no qual o piloto pode distinguir até mesmo a cor da roupa do possível alvo.

Entre os depoimentos mais dramáticos recolhidos pelo “Guardian” está o de três irmãos adolescentes da família Al-Attar, que asseguram terem sido tirados de casa e obrigados a se ajoelhar em frente a carros de combate israelenses para evitar que os palestinos atacassem os invasores.

 

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