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“Se vi cruzes, também vi muitas luzes e vitórias a serem celebradas”, afirma o bispo de Joinville

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Segundo Dom Roque Scherer, há muitos projetos diocesanos em vista

São Paulo (Segunda-feira, 22-08-2011, Gaudium Press) Há quatro anos à frente da Diocese de Joinville, Santa Catarina, Dom Irineu Roque Scherer, faz nesta entrevista um balanço de sua experiência como chefe da jurisdição eclesial, conta também como foi receber sua nomeação na época e fala um pouco de suas expectativas para os próximo anos.

Dom Roque Scherer é filósofo formado pelo Instituto Teológico de Santa Catarina, e teólogo formado pelo Instituto Teológico Studium Theologicum dos Padres Claretianos no Brasil, além de ser especialista em Espiritualidade do Carisma da Unidade do ‘Centro Mariápolis Ginetta’ em Vargem Grande Paulista, São Paulo.

O prelado tornou-se mestre em Historia da Igreja, pela Pontifícia Universidade Gregoriana, em Roma, mesmo lugar onde aperfeiçoou seu estudo do alemão, do francês e do inglês.

Sua ordenação episcopal veio em 1998, época em que foi nomeado bispo de Garanhuns, Pernambuco. No dia 1º de junho de 2007, Dom Roque Scherer foi nomeado bispo para a diocese de Joinville, onde ainda se encontra.

Sua jurisdição abarca 15 cidades da região norte de Santa Catarina, onde residem aproximadamente 750 mil católicos.

O senhor poderia fazer um balanço, em breves palavras, desses quatro anos à frente da Diocese de Joinville?
Olha, posso dizer que passei por cruzes e luzes. As cruzes fazem parte, pois nossa vida não se move num mar de rosas. Nossa Igreja é santa e pecadora. Se vi cruzes, também vi muitas luzes e vitórias a serem celebradas.

Mas durante os quatro anos que estou na Diocese de Joinville, Deus me fez ver acontecer muita coisa boa. Fui muito bem acolhido desde o início. Por isso, procurei retribuir sempre. E mesmo se não tivesse sido assim, eu deveria querer o bem de todos. E essa tem sido minha linha de conduta até o momento.

Em primeiro lugar, tenho me esforçado para criar um clima de família entre os sacerdotes, proporcionando-lhes uma preocupação constante de que se queremos dar Deus à pessoas, que a amor fraterno exista entre nós. Do contrário, há o perigo de nos tornarmos funcionários do sagrado, nos encasulando numa vida fechada para nós mesmos. Creio que crescemos muito na corresponsabilidade em assumirmos juntos, diocesanamente, o compromisso do anúncio do Evangelho.

As vocações também não têm diminuído na diocese. Tenho dado força e acompanhado de perto cada seminarista diocesano e incentivado as vocações religiosas dos movimentos e das novas comunidades. Tenho respeitado, dado espaço e incentivado a presença dos carismas na diocese: dos religiosos, movimentos e novas comunidades, que tem crescido muito e número e qualidade dos vocacionados.

Reestruturamos nossa Mitra ou Centro Diocesano de Formação, re-dividindo e melhorando os espaços de trabalho. Procurei acompanhar e modernizar nossa administração, que se tornou ‘online’, e profissionalizando, ao máximo, todos os funcionários.

As ações pastorais, do mesmo modo, fazendo com que tudo acontecesse com dignidade, qualidade e, sobretudo, com muito dinamismo, em comunhão com o Regional e a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). Cresceu muito o “protagonismo dos leigos” na ação pastoral.

Temos ocupado muito tempo em favor dos pobres. Nunca se consegue fazer o suficiente. Mas, integramos as atividades de todas as 30 instituições existentes na diocese, o que tem gerado mais alegria em servir, mais comunhão e ajuda mútua.

Apoiamos a iniciativas dos jovens e criamos uma Escola de Dança Sacra na diocese e apoiamos também o Festival Anual de Dança Sacra, atraindo jovens para Deus. Os alunos de nossa Escola de Teologia para Leigos têm aumentado anualmente. Neste ano somamos um total de 2.900 alunos, o que significa um crescimento gradativo e qualificativo da própria Escola Teológica e do interesse dos leigos pelo conhecimento e profissão de sua fé.

Como foi recebida, pelo senhor, a notícia para assumir a Diocese de Joinville?
Como sempre a gente recebe a notícia de uma transferência de diocese com muita surpresa e, ao mesmo tempo, com espírito aberto, visto que no dia da ordenação eu havia prometido obediência aos meus superiores. E para mim a vontade de Deus se manifesta através dos superiores. São eles os instrumentos de Deus que direcionam a nossa vida. Naturalmente eu estava feliz na Diocese de Garanhuns, onde trabalhei por nove anos. Possuía ainda muitos projetos, na época, que foram interrompidos com a minha súbita transferência. Mas a vida é assim como São Paulo dizia: “Eu plantei, Apolo regou e é Deus quem faz crescer; de modo que nem o que planta, nem o que rega são alguma coisa, mas unicamente Deus, que efetua o crescimento” (I Cor 3, 6-7). Portanto, de um lado recebi a notícia com surpresa, mas ao mesmo tempo com muita abertura ao nodo que viria e que nem poderia imaginar.

Quais são suas expectativas em relação a esta missão pastoral na Região Sul do Brasil?
Minhas expectativas são as melhores. No trabalho o que me interessa realmente é que as boas ideias sejam colocadas em prática. Não me interessam apenas as boas intenções e os bons programas. Nosso amor para com Deus e com os nossos irmãos, ou é concreto, ou não vale nada. Por isso, tenho consciência da missão que me foi confiada e não posso estar parado com o intuito de ver as coisas acontecerem. Procuro refletir muito, dar espaço à fantasia e me mover o máximo possível, indo ao encontro das necessidades pastorais. E quem me apresenta a missão é o Espírito Santo, que dirige a Igreja, da qual sou apenas um “servo inútil”. Deixo me inspirar por Ele, e, coloco-me com alegria à sua disposição para servir a Igreja. Por isso, sou um bispo feliz e realizado.

Quais são as esperanças para o futuro?
Estou sempre alegre na esperança. Temos muitos projetos diocesanos em vista. Se Deus me permitir, os realizarei com a maior garra possível. Por enquanto, tenho saúde e juventude, e se for possível, gostaria que minha presença na diocese desse grandes alegria ao povo. Mas sempre estou à disposição de meus superiores e da vontade que vem do alto.

O senhor poderia deixar uma mensagem para os fiéis da diocese?
Caros diocesanos, a vida continua. São apenas quatro anos que estou com vocês. Agradeço por todas as alegrias que já me proporcionaram. Continuemos unidos. Juntos podemos realizar grandes coisas aos olhos de Deus. Contem comigo, pois estou ao vosso serviço, e conto com a vossa maior boa vontade. Que Deus abençoe a todos e a cada um na sua missão!

 

 

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