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O mundo se sensibiliza com a situação da Somália

Roma (Segunda-feira, 15-08-2011, Gaudium Press) Na próxima quinta-feira, 18, haverá na sede da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação uma reunião entre os países-membros para analisar as ações que foram definidas na reunão emergencial ocorrida no dia 25 de julho para a situação devastadora que atinge a região do Chifre da África.

Na ocasião foi declarada “Situação de Fome”em diversas regiões da Somália. O drama das famílias locais tem aumentado devido ao fato de que muitas pessoas do Quênia, Etiópia, Gibuti, Sudão, Sudão do Sul e Uganda, estão seguindo para a capital da Somália em busca de ajuda. Sem dinheiro, fica impossível a compra de qualquer gênero alimentício, água ou medicamento.

Para esse novo encontro, os países-membros devem fazer um balanço da evolução da crise humanitária, no qual devem constar as principais falhas e deficiências das ações planejadas pela FAO e por entidades parceiras, bem como analisar os requisitos para financiamentos.
A principal ação será dar base para a Conferência dos Doadores para os países do Chifre da África, que será convocada pela União Africana em Addis Abeba, na Etiópia.

Ajuda Internacional

O primeiro-ministro chinês, Wen Jiabao, informou nesta segunda-feira que a China oferecerá mais de 350 milhões de yuans (cerca de US$ 55 milhões) em assistência alimentar para a Etiópia e outros países africanos atingidos pela seca.

A declaração foi feita no encontro mantido entre Wen e premiê etíope, Meles Zenawi, em Beijing. O montante foi acrescido à assistência alimentar anunciada no final de julho, no valor de 90 milhões de yuans (US$ 14 milhões), para os países da região conhecida como Chifre da África.

Wen assegurou que a China planeja aumentar a cooperação com a Etiópia na área de infraestrutura, como abastecimento elétrico e transporte, bem como no setor industrial e de transferência tecnológica, com a finalidade de garantir um desenvolvimento sustentável no país africano.

No mesmo dia, o presidente da Assembleia Popular Nacional da China, Wu Bangguo, também dialogou com Meles Zenawi.

Uma lista divulgada pela ONU (Organização das Nações Unidas) nesta sexta-feira mostrou os Estados Unidos no topo entre os países doadores de recursos financeiros ao alívio da crise alimentar no Chifre da África.

Segundo organização, o país doou cerca de US$ 580 milhões à região somente em 2011, mais de metade de um total de US$ 1,1 bilhão arrecadados até o momento.

A ONU ressaltou, porém, que ainda é necessário mais US$ 1,3 bilhão para ajudar os mais de 12 milhões de pessoas passando por situação de insegurança alimentar no Chifre da África. De acordo com estimativas, ao menos 30 mil pessoas já morreram.

Com US$ 205 milhões, o Reino Unido aparece como o segundo maior doador de recursos, seguido por Japão e Austrália. Entre países árabes, a Arábia Saudita é quem mais destinou recursos à causa, com US$ 60 milhões.

Apenas na Somália, existem 3,7 milhões de pessoas – a metade da população – em perigo de crise alimentar e já foi decretado estado de fome em cinco regiões do país.

A fome na região

Desde o ano passado, o Chifre da África, região que compreende Somália, Djibouti, Eritreia e Etiópia, tem sido atingido por uma grave seca.

Dez mil crianças morrem mensalmente na região do Chifre da África, região no nordeste do continente que reúne quatro países. A seca que atinge a região ainda pode matar mais 12 milhões de pessoas.

Obter água é um dos principais desafios dos habitantes da região.

Muitos são forçados a abandonar suas casas. Em média, o campo de refugiado da cidade de Dadaab, no Quênia, recebe cerca de 1.800 pessoas por dia, segundo estimativa da ONU (Organização das Nações Unidas). É o maior campo de refugiados do mundo.

Hoje, cerca de 400 mil pessoas vivem nesse campo de refugiados, praticamente a população de Florianópolis (SC).

Até 1990 Dadab era um pequeno lugarejo às margens da estrada. Quando começou a guerra na Somália e começaram a chegar os refugiados, essa vila começou a se transformar e hoje é uma grande cidade. Cerca de 70 mil pessoas moram e trabalham em Dadaab.

 

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