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Papa fala com astronautas da Estação Espacial sobre paz, futuro e experiências pessoais

Cidade do Vaticano (Segunda-feira, 21-05-2010, Gaudium Press) Foi da Sala Foconi, no Palácio Apostólico no Vaticano, que aconteceu neste s?bado a histórica conversa do pontífice com a tripulação de 12 astronautas da Estação Espacial Internacional (ISS, na sigla em inglês).

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Todos os astronautas participaram da videoconferência para responder às curiosidades do Papa sobre as próprias reflexões e experiências

“Bem-vindo a bordo Sua Santidade!” Com estas palavras do comandante Mark E. Kelly teve início a aventura espacial para Bento XVI, que durou aproximadamente 20 minutos com um atraso de 8 a 12 segundos para receber o sinal. O primeiro pontífice a dirigir uma mensagem aos astronautas foi Paulo VI em 1969, por ocasião da viagem à Lua. Graças ao desenvolvimento da tecnologia moderna, hoje o Santo Padre pode falar em conexão direta com a tripulação.

Todos os astronautas participaram da videoconferência para responder às curiosidades do Papa sobre as próprias reflexões e experiências. Bento XVI, relaxado, sorridente e realmente interessado, teve seu papel trocado: de professor que responde às perguntas, foi ele a fazê-las e a aprender com os cientistas um pouco sobre o espaço orbital.

Bento XVI fez cinco perguntas, quatro em inglês e uma em italiano. Começou com temas difíceis como a paz, o futuro do nosso planeta e a mensagem da missão STS-134 da ISS para terminar com perguntas mais particulares, como sobre a morte da mãe de um dos astronautas, Paolo Nespoli.

“A humanidade está vivendo um período de rápido progresso nos campos das aplicações técnicas e dos conhecimentos científicos. De certa forma, vocês neste campo são representantes da humanidade em uma exploração que introduz no conhecimento de novos espaços e possibilidades para o futuro da humanidade, que vai além das limitações da existência cotidiana”, ressaltou o Papa no início da histórica conversa, depois de cumprimentar a todos diante da câmera.

O norte-americano Mark E. Kelly respondeu à primeira pergunta do pontífice ressaltando a importância do desenvolvimento da energia solar. Como por exemplo no Oriente Médio, “as pessoas lutam por recursos. É interessante que sobre a Terra as pessoas lutem pela energia, enquanto no espaço utilizamos a energia solar e pilhas à combustível. A ciência e a tecnologia que colocamos na estação espacial serve para desenvolver uma capacidade de energia solar para nos fornecer uma quantidade de energia ilimitada. Se se conseguisse adotar tecnologias similares na Terra, talvez pudéssemos reduzir um pouco daquela violência”, foi a afirmação do comandante da tripulação.

A extraordinária beleza do planeta azul nos ensina também sobre a responsabilidade para o seu futuro, segundo outro astronauta. “Isto demonstra – observou o americano Ron Garan – que trabalhando juntos e cooperando podemos superar muitos dos problemas do nosso planeta e resolver muitos desafios que seus habitantes devem enfrentar. É um lugar belíssimo para se trabalhar e observar o nosso belíssimo trabalho”.

“A Estação Espacial Internacional é somente um símbolo, um exemplo daquilo que podem fazer os seres humanos quando trabalham juntos de maneira construtiva. Portanto, uma das nossas mensagens mais importantes é mostrar aos filhos do planeta, mostrar aos jovens, que há um inteiro universo para nós a ser explorado e se nos empenharmos juntos não há nada que não consigamos fazer”. Foi o que disse Mike Finchke, outro norte-americano, ao responder à terceira pergunta do pontífice, sobre o significado da missão para as futuras gerações.

Para concluir a conversa com o Santo Padre, os dois astronautas italianos, Roberto Vittori e Paolo Nespoli, falaram sobre as experiências pessoais. O Papa escutou com interesse as respostas. Espontaneamente respondeu à cordial saudação por parte dos astronautas e esboçou um sorriso quando um deles fez flutuar na gravidade zero a medalha dada pelo pontífice, que representa a criação do homem pintada por Michelangelo no teto da Capela Sistina.

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Bento XVI fez cinco perguntas, quatro em inglês e uma em italiano

Na Sala Foconi estavam presentes junto ao pontífice o engenheiro italiano Enrico Saggese, presidente da Agência Espacial Italiana; o coronel alemão Thomas Reiter, diretor de Voos Humanos e Operações da Agência Espacial Europeia e o General de Esquadra Aérea Giuseppe Bernardis, chefe do Estado Maior da Aeronáutica Militar Italiana.

“Encontrar o Papa pessoalmente é surpreendente – afirmou o Coronel Reiter, que é um protestante. As perguntas que colocou foram interessantíssimas. Gostaria de tê-las discutido com ele. Mas foi interessante que ele tenha mencionado dois aspectos: explorar as coisas desconhecidas e colocar as descobertas à disposição para o bem da humanidade. Ambos os aspectos estão presentes nas viagens espaciais. Não é só o aspecto utilitarístico, mas também o fascínio e o desejo do homem de descobrir novos horizontes.”

Os nomes dos astronautas presentes na ISS: Mark E. Kelly, comandante; Gregory H. Johnson, piloto; Michail Fincke, especialista de missão 1; Andrew J. Feustel, especialista de missão 3; Gregory Chamitoff, especialista de missão 4, Roberto Vittori, especialista de missão; Catherine Coleman, Ronald Garan, Alexander Samokutyayev, e Andrei Borisenko.

 

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