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“Ninguém é poderoso sempre”, diz o arcebispo de Belo Horizonte

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Dom Walmor convidou aos fiéis para na semana que antecede o Dia Mundial do Doente visitarem os enfermos nos hospitais, asilos ou clínicas

Belo Horizonte (Sexta-feira, 04-02-2011, Gaudium Press) Exatamente uma semana antes do Dia Mundial do Doente, o arcebispo de Belo Horizonte, Dom Walmor Oliveira de Azevedo, oferece ao fiéis católicos de todo o país, em seu artigo intitulado: “A celebridade é fragil”, uma reflexão a respeito da enfermidade. Contudo, o prelado faz isso de uma maneira inusitada, estabelecendo um liame entre a doença e as pessoas que buscam se tornar célebres. Conforme o arcebispo, a abordagem conjunta entre estes dois termos pode parecer despropositada, mas não é, pois, apesar de pensarmos em alguém “com potência de força” quando pensamos em uma celebridade, “a potência humana pode hospedar, num tempo ou noutro, cedo ou tarde, força e fraqueza”.

Para reforçar sua argumentação, Dom Walmor cita as palavras do Apóstolo Paulo aos Coríntios: “Os que choram vivem como se não chorassem, e os que estão alegres como se não estivessem alegres; os que fazem compras como se não estivessem adquirindo coisa alguma, e os que tiram proveito do mundo como se não aproveitassem. Pois a figura desde mundo passa”. De acordo com o prelado, estas palavras de Paulo projetam luz à realidade da espécie humana, de que ninguém é poderoso sempre. “Essa verdade, que constantemente deve ser considerada, devolve cada um à realidade de sua condição de ser humano”, diz.

Mas não é isso que tem sido observado no mundo contemporâneo, segundo o arcebispo. De fato, o contrário é que vem prevalecendo; a luta pelo poder desmedida e o esquecimento da fraqueza da condição humana. Um grande exemplo disso, conforme Dom Walmor, são os espetáculos televisivos, programas como o Big Brother, no qual pessoas são vistas expondo seus corpos, sua privacidade e seus desejos, a fim de obter dinheiro e poder. Segundo o prelado, tal espetáculo é digno de lástima. “Assiste-se a um show que mostra a fragilidade humana a falta de valores e do sentido de dignidade e respeito. Voltar o olhar para quem precisa, especialmente, o doente contracenando com a condição de celebridade, é um exercício educativo, oportuno na vida de qualquer um”.

O arcebispo recorda que existia, nas antigas entronizações reais, a apresentação aos futuros reis, entre festejos e ovações, da lápide com a inscrição, “Aqui jaz”. “Isso para indicar o lugar de sua sepultura e sua condição final, que não será definitiva em termos de condenação para aqueles que praticam o bem, são misericordiosos, humildes e depositam confiança em Deus”, afirma o prelado. Sobre isso, o arcebispo destaca as palavras do Papa Bento XVI na mensagem para o Dia Mundial do Doente, em que, dirigindo-se aos enfermos e sofredores, o pontífice lembra que é “justamente através das chagas de Cristo que podemos ver, com olhos de esperança, todos os males que afligem a humanidade. Ressuscitando, o Senhor não tirou o sofrimento e o mal do mundo, mas os extirpou pela raiz. À prepotência do mal opôs a onipotência do seu amor”.

Citadas as palavras do Santo Padre, Dom Walmor conclui seu artigo fazendo um convite para que, na semana que antecede o Dia Mundial do Doente, as pessoas olhem os enfermos no hospital, em casa, nos asilos, clínicas e abrigos, e que gestos de solidariedade, ofertas e presença consoladora sejam vistos como um apelo para que existam mais investimentos em saúde. “Vale lembrar as palavras de Cristo para o juízo final, ao falar da garantia para a participação no Reino de Deus: ‘Estive doente e me visitastes'”, finaliza.

 

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