China: continuam as prisões de sacerdotes e bispos fiéis a Roma
Um relatório vindo de Jiangxi, na China, revela que padres da Diocese de Yujiang que não ingressaram “igreja católica patriótica”, foram presos desde 1º de setembro.
Redação (23/09/2020, 15:45, Gaudium Press) De acordo informações da Agencia UCA News, o Governo chinês continua encarcerando sacerdotes e bispos que se recusam a apoiar o Partido Comunista.
Sacerdotes presos e proibidos de exercer qualquer atividade religiosa
Um relatório recente oriundo da província de Jiangxi revela que os sacerdotes da Diocese de Yujiang que se negam a ingressar na denominada Associação Patriótica Católica Chinesa (CPCA, na sigla em inglês) foram postos em prisão domiciliar desde o dia 1º de setembro.
Esses sacerdotes postos em reclusão receberam como parte de sua punição a proibição de “participar de qualquer atividade religiosa enquanto clérigos”.
Paradeiro de Padre Liu Maochun, de Mindong, foi preso e ignora-se seu paradeiro
Segundo informa também a Asia News, o Pe. Liu Maochun, que pertence à Diocese de Mindong, localizada na província de Fujian, foi preso por ordem do “Escritório de Assuntos Religiosos”.
Pe. Liu não é reconhecido pelas autoridades comunistas como sacerdote porque pertence à Igreja “clandestina”.
Seu paradeiro é desconhecido desde 1º de setembro, depois que o Escritório de Assuntos Religiosos o deteve logo após ele realizar uma visita pastoral a um hospital.
Bispo também é preso na véspera do vencimento do acordo China-Vaticano
Entre os membros do clero em prisão domiciliar está incluído o bispo de Nanking, Dom Lu Xinping, que foi proibido de celebrar a Santa Missa. Dom Xinping foi reconhecido pelo Vaticano, mas foi consagrado como bispo da CPCA.
A notícia de sacerdotes em prisão domiciliar chega quando o acordo entre o Vaticano e a China está prestes a expirar. O tratado vence em outubro deste ano e deve ser renovado.
Em 22 de setembro de 2018, foi assinado um acordo provisório entre Pequim e o Vaticano para a nomeação de bispos.
Depois desse acordo, o clero Católico fiel a Roma, foi encorajado a se unir à igreja estatal ou oficial, o que implicaria em afirmar e acatar a autoridade do Partido Comunista sobre os assuntos eclesiais.
Muitos clérigos clandestinos se negaram a fazê-lo, citando conflitos doutrinais entre a doutrina da Igreja e as regras da CPCA.
Na China existe a Igreja considerada clandestina e a “Patriótica” que obedece ao partido comunista
Por décadas a Igreja na China dividiu-se entre a Igreja “clandestina” ou “subterrânea”, em comunhão com Roma, e a CPCA, que é obediente e depende do governo comunista.
Desde a assinatura do acordo com a China, muitos sacerdotes denunciaram o assédio das autoridades civis por se recusarem a aderir ao CPCA. Houve dezenas de relatos de que o Partido Comunista Chinês está destruindo igrejas por motivos duvidosos, como questões de permissão.
A perseguição foi particularmente intensa na província de Jiangxi. Lá, o Escritório de Segurança Pública e o Departamento do Trabalho da Frente Unida informaram ao clero que, a menos que se unam à CPCA, não teriam permissão para pregar.
Além disso, o Partido Comunista Chinês tentou reescrever os Dez Mandamentos para refletir melhor os princípios comunistas e está trabalhando para reescrever a Bíblia.(JSG)
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