“No presépio, Jesus nada diz, nada ordena e, no entanto, todos são tocados por ele”, diz arcebispo de Florianópolis
Florianópolis (Quinta-Feira, 23-12-2010, Gaudium Press) Com a proximidade da data que marca o nascimento de Jesus, o arcebispo de Florianópolis, Santa Catarina, Dom Murilo Krieger, lança, em seu mais recente artigo, o seguinte questionamento: o que acontece no Natal? E para nos ajudar a responder essa pergunta, o prelado lança mão do evangelista Lucas, que nos coloca no coração dos acontecimentos ao nos convidar a contemplar o presépio e descrever o que aconteceu na Gruta de Belém.
Para Dom Murilo, é uma alegria observar presépios |
O arcebispo ressalta que a descrição de Lucas nos deixa surpresos, pois Jesus não é descrito diretamente. “Se fossemos nós a narrar o nascimento de uma criança”, explica Dom Murilo, “falaríamos de seu rosto e de seu choro, de seu tamanho e peso, no entanto, Lucas nada diz a esse respeito.
Na primeira parte do que descreve, destaca José e Maria, que se submetem a um homem poderoso – César Augusto, que queria um recenseamento completo da população, para que ninguém deixasse de pagar impostos”. Na segunda parrte, foca os pastores, e de como foi preciso que eles ouvissem a mensagem dos anjos: “Não tenhais medo!”, para que entendessem e se acalmassem.
“Mesmo que Lucas não entre em pormenores sobre Jesus, no centro não só da cena que descreveu, mas em todo o seu Evangelho, é o filho de Deus que se destaca”, diz Dom Murilo. Segundo o prelado, tudo se movimenta ao redor de Jesus, isto é, ao redor de uma criança que, como toda criança, é frágil e indefesa.
“Jesus é o centro do Natal. Ele está no centro da vida de Maria e de José; no centro da vida dos pastores; e mais, no centro da história. Tudo gira em torno dele, tudo foi feito por ele e para ele”, destaca.
Para Dom Murilo, é uma alegria observar presépios, não importa de que maneira são feitos, nem por quem, pois é possível perceber que todos os personagens estão ali em função de Jesus, todos estão voltados para ele ou tem sentido em vista dele. “José o protege; Maria é aquela que o enfaixa e o coloca na manjedoura; os pastores, para visitá-lo, deixam seu rebanho. Jesus nada diz, nada ordena e, no entanto, todos são tocados por ele”.
Por fim, o arcebispo afirma que a partir de seu nascimento em Belém, Jesus trouxe a salvação e a paz para toda a humanidade, mas sem obrigar ninguém a aceitá-las. Dom Murilo ainda ressalta que Deus nos deu o maior de todos os presentes, seu filho, mas não porque somos santos e, sim, porque somos necessitados e precisamos de um redentor.
“No Natal Deus abre imensos horizontes diante de nós, pois nos tira do caminho da morte e nos conduz no caminho da vida. O apóstolo Paulo nos dirá que, no Natal, ‘a graça salvadora de Deus manifestou-se a toda a humanidade’, pois Cristo ‘se entregou por nós, para nos resgatar de todo mal e purificar para si um povo que lhe pertença e que seja zeloso em praticar o bem’. Somos chamados a pertencer a este povo, que tem como centro Jesus. Um povo que se dedique a praticar o bem”, conclui.
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