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Artigo: Onde vou morar agora?

 

“Antes eu morava na cidade vizinha, mas como estava ficando perigosa demais, resolvi mudar para cá”. É muito comum ouvirmos testemunhos deste gênero. Pessoas insatisfeitas com o lugar onde vivem: ora por ser uma região de risco; ora pela vizinhança barulhenta; ou porque simplesmente se está procurando um lugar melhor, com mais oportunidades. O fato é que se troca de endereço.

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Enfim, diante de uma mudança iminente, surge a seguinte pergunta: onde vou morar agora? Se tivéssemos a oportunidade de “fabricar” o lugar onde fôssemos morar, como ele seria?

Talvez uma casa isolada no campo ou um bairro tradicional, onde os moradores são velhos amigos. Qual seria o estilo das casas? O temperamento das pessoas com as quais tivéssemos que conviver? A organização social? O espírito de solidariedade? As iniciativas de progresso?

Bem, tudo isto iria variar de acordo com cada indivíduo e talvez tivéssemos tantas cidades quantas fossem as cabeças…

Mas podemos imaginar uma cidade onde seus princípios se aplicassem a todas as pessoas que, obedecendo a certas regras básicas, pudessem conviver de forma pacífica, independentemente de seus gostos.

Em primeiro lugar, todos deveriam adorar a Deus sobre qualquer outra coisa; isto evitaria muitíssimos males, especialmente, a adoração a si mesmo. Mas também Ele deveria ter seu Nome Santo respeitado, pois se não respeitamos a Deus, muito menos o faremos em relação aos homens.

E para mostrar que esta devoção é autêntica, nesta cidade se reservaria, ao menos um dia por semana, para todos se reunirem a fim de prestar-Lhe culto oficialmente. Como isto daria coesão a este povo, estando unido por um princípio mais alto…

Agora trataremos de estabelecer os princípios para conviver bem com os outros homens. É natural que em uma família todos se respeitem, pais e filhos. Por isso, em nossa cidade as crianças obedeceriam não somente aos seus pais, mas aos professores e também a todos aqueles que de alguma forma os ajudassem em sua formação. O respeito seria um passo importante a conquistar. Mas este respeito deve evitar as ofensas e mais ainda as agressões físicas. Portanto, em nossa cidade não seriam permitidos assassinatos nem brigas.

Os pais que realmente amassem seus filhos os ensinariam, desde muito cedo, o valor da família e de como esta, para ser bem constituída, deve ter como fundamento o matrimônio. As crianças perceberiam, sem que fosse necessário explicar-lhes com maior profundidade neste momento, que certos atos são vergonhosos e que eles podem tornar uma pessoa mais semelhante a um animal do que a um ser que adora a Deus sobre todas as coisas…

Nesta cidade ninguém roubaria! Nem dinheiro, nem materiais. E mesmo fazendo negociações, essas estariam livres da torpe ganância… Como este lugar é diferente!

Ah! Já estávamos nos esquecendo de uma coisa. Todos deveriam ser tão honestos que nunca falassem nenhuma mentira, por qualquer motivo que fosse. O primeiro exemplo deveria ser dado por aqueles que exercessem algum cargo público, mas isto também se aplicaria a todos os trabalhadores e às próprias crianças. A verdade reinaria como uma soberana.

E como dissemos, a família deveria ser respeitada de todas as formas. Portanto, não seria permitido haver um olhar indecente sequer, para uma pessoa que já fizesse parte de outra família. Que lição poderíamos aprender com a história do Rei Davi (cf. 2Sm, 11)…

E por último, tudo o que pertencesse a alguém, seria causa de grande alegria para todos. Ninguém invejaria a ninguém, pois todos procurariam agradecer a Deus os dons que tinham recebido.

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Bem, não são tantas coisas assim, apenas dez princípios. Que tal esta nova cidade? Um lugar onde não houvesse furtos, assassinatos, mentiras, etc. Ao mesmo tempo se encontrariam respeito, sinceridade e alegria de viver.

Mas cuidado! Os princípios que acabamos de enumerar são divinamente pensados. Eles se parecem com uma corrente, a qual se arrebentarem qualquer dos elos, todos os outros vão para o chão. Portanto, a decisão é séria, ou se aceitam todos os princípios ou se viverá em uma cidade onde ninguém respeita a família, nem os filhos nem os pais; onde o roubo e o assassinato já fazem parte da vida cotidiana; onde os atos mais vergonhosos são oferecidos à luz do dia; onde a mentira entra em qualquer negociação; onde Deus é posto de lado e cada um pretende ser o seu próprio “deus”.

Sabemos que seria difícil reunir pessoas suficientes a fim de fundar um povoado assim, mas se cada um passar a viver com base nestes princípios, a diferença se fará sentir na sociedade. No fundo, temos escolher entre viver na cidade de Deus ou na cidade dos homens…

Thiago de Oliveira Geraldo

 

 

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