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“A unidade cristã não somos nós que a fazemos; a faz Deus”, afirma o Papa

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Bento XVI com o arcebispo anglicano Rowan Williams,, que participa de Assembleia do Pontifício Conselho para a Promoção da Unidade dos Cristãos

Cidade do Vaticano (Quinta-feira, 18-11-2010, Gaudium Press) A unidade dos cristãos “não a fazemos nós, a faz Deus”. Para o Papa Bento XVI, que recebeu nesta quinta-feira no Vaticano membros do Pontifício Conselho para a Promoção da Unidade dos Cristãos reunidos em assembleia, é assim que deve ser entendida a complexa missão da unidade cristã.

Os participantes da Assembleia Plenária do dicastério, responsável pelo diálogo ecumênico da Igreja, estão reunidos nesta semana, sob a presidência de Dom Kurt Koch, seu novo presidente, por ocasião do 50º aniversário da instituição.

Segundo Bento XVI, a unidade cristã não é algo simples de ser obtido, porque “é divina” e vem “da unidade do Pai com o Filho no diálogo de amor que é o Espírito Santo”. Além disso, o diálogo ecumênico tampouco é um compromisso segundo categorias políticas, observa o pontífice. É uma busca “convicta, apaixonada e tenaz” para encontrar toda a unidade na verdade. Outro aspecto do ecumenismo ressaltado pelo Papa na audiência com os religiosos é a dimensão espiritual, já que, segundo ele, no diálogo teológico ecumênico são necessárias a oração e a penitência.

Conforme observou ontem o presidente emérito do dicastério, o card. Walter Kasper, em uma celebração especial pelo aniversário do Pontifício Conselho, o diálogo ecumênico hoje perdeu seu “entusiasmo do início”, mas ao mesmo tempo cresceu a “consciência que a unidade é a vontade de Deus”. Além disso, foram superados, como notou o Papa, os “preconceitos sedimentados pela história”, cresceu o diálogo teológico e se desenvolveram formas de colaboração, principalmente no campo da defesa da vida, da tutela da criação e no combate às injustiças.

A Assembleia Plenária do dicastério se desenvolve sob o tema “Rumo a uma nova etapa do diálogo ecumênico” e o 50º aniversário da instituição é uma oportunidade de balanço do trabalho da Santa Sé no ecumenismo.

Ontem à noite, na Sala São Pio X, foi realizada uma celebração pelo ato comemorativo da instituição do Pontifício Conselho para a Promoção da Unidade dos Cristãos. Estavam presentes o já citado Cardeal Walter Kasper, presidente emérito do dicastério; Rowan Williams, arcebispo anglicano de Canterbury; e Ioannis Zizioulas, metropolitano ortodoxo de Pergamo.

Nos discursos, foi ressaltada a história do dicastério nas suas atividades e nas relações com as Comunidades protestantes e a Igreja Ortodoxa. O anglicano Williams expressou a “necessidade urgente de um comum empenho na Eucaristia” e na primazia de Pedro, que necessita de “esclarecimento sobre que é o serviço”. O ministério de Pedro deve ser vivido como “testemunho da herança apostólica”, reafirmou o primaz anglicano.

O Pontifício Conselho para a Promoção da Unidade dos Cristãos foi instituído em 1960 pelo Papa João XXIII, na época ainda como Secretariado, sendo denominado Pontifício Conselho por João Paulo II, em 1988 .

 

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