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É preciso voltar a ter filhos e educá-los em famílias de verdade, diz presidente do banco vaticano

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Segundo Ettore, a mentalidade do Ocidente de não ter filhos para que todos fossem mais ricos teve efeito contrário

Cidade do Vaticano (Sexta-feira, 27-08-2010, Gaudium Press) A fonte da falta de nascimentos na sociedade é o niilismo, que vê o homem como um perigo para a humanidade. “O homem, em vez de estar no centro do sistema social e econômico, é considerado um meio de produção e de consumo. O homem perdeu a sua sacralidade que justifica a centralidade”. As declarações são de Ettore Gotti Tedeschi, presidente do Instituto para as Obras de Religião (IOR), nome oficial do “banco vaticano”, em uma entrevista ao jornal italiano “Il Tempo”.

Economista, Ettore refere-se ao tema do crescimento econômico à luz da encíclica “Caritas in veritate”. Segundo ele, a mentalidade do ocidente, de não ter filhos para que todos sejam mais ricos, teve um efeito contrário para a economia. “Na verdade, tornamo-nos mais pobres”.

“Temos que reencontrar as coisas fundamentais. Devemos voltar a fazer filhos, em famílias de verdade, onde os filhos sejam educados”. Porque, além de tudo, fazer filhos “significa colocar em movimento um círculo virtuoso. Significa desenvolvimento, investimentos, economia”. “É aquela economia que permite aos bancos a retomada de créditos” para as pequenas e médias empresas – explicou o presidente Tedeschi.

O presidente do “banco vaticano” recorda a encíclica de Bento XVI “Caritas in Veritate” para dizer que se deve concentrar as ações na verdade que “deve vir antes da liberdade para que a liberdade seja responsável”. Falando de política, Gotti Tedeschi volta a lembrar que ela é “um instrumento, um meio”, por isto “não deve ter uma autonomia moral”. Segundo ele, “ilusoriamente”, o único elemento do bem estar tornou-se o lucro.

A entrevista vai ao encontro de uma discussão atual na sociedade italiana sobre a baixa taxa de natalidade no país. Segundo os últimos levantamentos do Istat (instituto de estatística italiano), um quinto da população italiana é composta por pessoas com mais de 65 anos de idade.

A situação que sensibiliza a sociedade e o governo italiano foi abordada também pelo Cardeal Angelo Bagnasco, presidente da Conferência Episcopal Italina (CEI), na abertura da 61ª Assembleia Geral da CEI no mês de maio: “A Itália está caminhando para um lento suicídio demográfico”.

Gotti Tedeschi, por sua vez, ressalta na entrevista que “devemos ter a coragem de superar o impasse. É a escolha que provoca o resultado”.

 

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