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Dom Marchetto critica expulsão de ciganos da França

Cidade do Vaticano (Sexta-feira, 20-08-2010, Gaudium Press) O governo francês deu início há alguns dias a uma fase mais acentuada de uma política de “repatriação” de ciganos em situação ilegal no país. Ontem, deixaram a França 89 pessoas. Hoje, partirão outras 139. A meta do governo é acabar com os assentamentos ilegais oferecendo uma compensação de 300 euros para que as comunidades voltem a seus países de origem.

O problema é que os ciganos irregulares na França – como também na Itália – são majoritariamente búlgaros e romenos, cidadãos de países que pertencem a União Europeia e, portanto, segundo os tratados vigentes, têm liberdade para transitar nos demais países do bloco. De acordo com as leis do bloco, não são permitidas expulsões coletivas se não há um perigo iminente para a segurança. Além disso, a onda de repatriação pode acarretar, dizem críticos, em um acirramento do sentimento de xenofobia para com todos os búlgaros, romenos e ciganos em situação legal.

Sobre o caso, setores da União Europeia já se manifestaram contrários à medida do governo francês. O presidente romeno pediu ontem um programa europeu de integração de ciganos, uma exigência feita desde 2008, enquanto a imprensa do país denunciou ser provável que muitos repatriados voltem para a França. A ONU criticou a França por estabelecer uma relação entre imigração e insegurança.

Hoje, foi a vez do Vaticano comentar o caso. Segundo o secretário do Pontifício Conselho para os Migrantes e Itinerantes, Dom Agostino Marchetto, “não se pode tomar decisões contra comunidades inteiras sem a aplicação destas decisões ao indivíduo em nome do ordenamento público, segundo o que estabelece a própria legislação europeia”.

Em entrevistas à RAI e à Rádio Vaticana, o arcebispo diz que o que está acontecendo na França está em contraste com a legislação da UE, da França e contra o princípio de proporcionalidade e lembrou que as medidas já encontram repercussões em setores da União Europeia e da ONU responsáveis pelos direitos humanos.

 

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