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Novos documentos indicam que Papa Pio XII teria ajudado judeus a fugir

Cidade do Vaticano (Quinta-feira, 08-07-2010, Gaudium Press) Duzentos mil. Esse seria o número aproximado de judeus que o Papa Pio XII teria ajudado a retirar da Alemanha apenas três semanas após a chamada Noite dos Cristais (9-10 de novembro de 1938). É o que emerge de uma pesquisa citada pelo jornal inglês Daily Telegraph na última terça-feira e publicada no jornal israelense Haaretz, informa a Rádio Vaticana.

Segundo o historiador alemão Miachel Heseman, encarregado pela Fundação “Pave the Way” (Pavimente o Caminho) de fazer uma pesquisa sobre o tema nos arquivos vaticanos, o Papa Pacelli teria solicitado a bispos de todo o mundo, a partir de termos em código, de intervirem em favor da obtenção de vistos para judeus emigrarem para outros países da Europa.

“Pio XII – escreve o jornal israelense – foi amplamente criticado pelo seu silêncio durante o Holocausto e por não tê-lo denunciado explicitamente ou não ter excomungado Hitler. Agora, esta nova pesquisa pode demonstrar que a percepção de Pio XII como ‘Papa de Hitler’ não é correta”

Segundo o historiador Heseman, o cardeal Eugenio Pacelli, futuro Pio XII, no dia 30 de novembro de 1938 escreveu uma carta pedindo aos bispos de todo o mundo para requisitar vistos para os “católicos não-arianos” e para “judeus convertidos ao Cristianismo” que quisessem deixar a Alemanha. Para Hesemann, é a prova que os vistos teriam sido dados aos judeus, e que os termos “católicos não arianos” e “judeus convertidos” serviam a dar-lhes cobertura e evitar que os nazistas descobrissem o verdadeiro motivo dos vistos.

Falando sobre a pesquisa, o presidente da Fundação “Pave the Way” afirmou acreditar que “tantos judeus que com sucesso conseguiram deixara Europa não tinham ideia que os seus vistos tinha sido obtidos através do Vaticano.
Cada nova coisa que surgiu até hoje parece indicar que a visão negativa sobre Pio XII é equivocada”.

Interpelada pela agência Sir, a irmã Grazia Lo Parco, vice-presidente da coordenação dos historiadores religiosos e docentes da Igreja na Pontifícia Faculdade Auxilium, afirmou que “se trata de uma notícia que será um estímulo para prosseguir na obra de estudo sobre Pio XII. Alguma coisa está se movendo neste âmbito e em direção a uma percepção diferente e positiva da figura do Papa Pacelli. E é significativo o fato de que, a reportar essa notícia, esteja também um famoso jornal israelense”, analisa a religiosa.

 

 

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