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Santa Sé defende respeito pela dignidade da natureza humana como forma de ajudar a frear o HIV

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Para Dom Migliore, crianças portadoras do HIV não podem continuar tendo menos acesso aos tratamentos

Cidade do Vaticano (Terça-feira, 15-06-2010, Gaudium Press) Para a Santa Sé, é preciso “maior atenção e recursos para apoiar uma atuação baseada na dimensão humana da sexualidade, (…)” de forma que o avanço da Aids deve ser contido com “respeito pela dignidade da pessoa humana e por sua lei moral inerente”. Essa é uma das principais recomendações feitas pela delegação da Santa Sé na 64ª Sessão da Assembleia Geral da ONU sobre a implementação de uma nova declaração de comprometimento no combate ao HIV/Aids.

À frente da delegação, o núncio apostólico e observador permanente da Santa Sé na ONU, Dom Celestino Migliore, que apresentou suas considerações em discurso plenário cuja íntegra foi divulgada ontem pela Sala de Imprensa do Vaticano. A sessão foi realizada no dia 9 de junho na sede da ONU em Nova York.

Dom Migliore começa seu discurso recordando as duas Declarações de Comprometimento no combate à AIDS feitas por chefes de governo precedentes, de 2001 e 2006, que já previam um amplo combate e ações necessárias para combater essa “séria ameaça à comunidade humana”.

Para o arcebispo, no entanto, para combater o avanço da Aids de uma forma realista e efetiva, é preciso fornecer mais conhecimento, habilidade, competência técnica e ferramentas aos que trabalham com os doentes e na prevenção. Mas é também necessário, sobretudo, um “amor que cuida”.

O observador permanente da Santa Sé na ONU cita o trabalho desenvolvido pelas organizações financiadas e apoiadas pela Igreja em todo o mundo, que fazem um trabalho abnegado nesse sentido por todos os portadores do vírus. Mas lamenta que mais de 7 mil pessoas se infectem diariamente e que quase 10 milhões estejam atualmente sem receber um tratamento adequado, especialmente em países africanos.

Ele critica duramente a falta de subsídios e o corte de investimentos de doadores internacionais, gerando recomendações a entidades da Igreja em países como Uganda e África do Sul, além de Haiti e Papua Nova Guiné, para que não aceitassem novos pacientes em seus programas e reduzissem o ritmo de suas atividades.

O observador, por fim, também afirma que as crianças portadoras do HIV devem ser as destinatárias primordiais, e que elas não podem continuar sendo menos acessíveis à tratamentos e diagnósticos que os adultos, como o é atualmente.

“Tal perda das gerações futuras e de líderes não pode ser levada em silêncio ou indiferência”.

 

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