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“Os cristãos em Chipre vivem em paz e gozam da liberdade religiosa”, diz secretário geral do Sínodo dos Bispos

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Para Dom Nikola, Sínodo dos Bispos  reforça a identidade dos cristãos mediante a Palavra de Deus

Cidade do Vaticano (Terça-feira, 01-06-2010, Gaudium Press) Por ocasião da visita do Santo Padre a Chipre, entre 04 e 06 de junho, e da Assembleia do Sínodo dos Bispos, que acontecerá entre 10 e 24 de outubro, com o tema A Igreja Católica no Oriente Médio: comunhão e testemunha, a Gaudium Press entrevistou com exclusividade o secretário geral do Sínodo dos Bispos, Dom Nikola Eterovic, que falou a respeito desses assuntos e também das dificuldades enfrentadas pelos cristãos em países do Oriente Médio.

Gaudium Press – Qual é o significado da visita do Santo Padre a Chipre?

A visita apostólica do Santo Padre a Chipre tem variados siginificados. Trata-se da primeira visita do Bispo de Roma a Chipre, lugar mencionado no Novo Testamento e que, entre outras coisas, mantém vivas as recordações da presença de São Paulo Apóstolo.

A maioria da população no país pertence à Igreja Ortodoxa autocéfala de Chipre. O Papa Bento XVI visitará pela primeira vez um país de maioria ortodoxa, a convite do Arcebispo Chrysostomos II. Portanto, a visita do Santo Padre terá um importante caráter ecumênico. Obviamente, Sua Santidade encontrará também o Presidente Christofias.

GP – Quais problemas e desafios do Oriente Médio enfrenta a Igreja Católica em Chipre?

A comunidade católica no Chipre é minoritária, mas muito dinâmica, composta por fiéis de várias tradições. Esses são chamados a colaborar de maneira sempre melhor, a aprofundar o senso de comunhão dentro da Igreja Católica para poder dar testemunho da própria fé cristã na vida pessoal, familiar e social. De tal maneira se tornarão testemunhas de Jesus Cristo ressuscitado e presente em meio a seus fiéis e, portanto, promotores do diálogo ecumênico e inter-religioso com aqueles que pertencem às outras religiões monoteísticas que nasceram no Oriente Médio, o judaísmo e o islã.

Graças a Deus, os cristãos em Chipre vivem em paz e gozam de liberdade religiosa. Infelizmente, a situação não é igualmente favorável em vários países do Oriente Médio, onde persistem cenários de violência, de terrorismo e até de guerras, que provocam, entre outras coisas, o êxodo da população e, em particular, dos cristãos. Além disso, frequentemente, as minorias cristãs não podem usufruir, em grau suficiente, da liberdade religiosa e de consciência, e isto atrapalha a atividade da Igreja.

GP – Fale sobre as expectativas e o significado do Sínodo sobre o tema “A Igreja Católica no Oriente Médio: comunhão e testemunho”?

É a primeira vez que acontecerá uma Assembleia especial para o Oriente Médio do Sínodo dos Bispos. A Igreja é presente desde as suas origens nesta região e é muito querida por todo cristão, porque na Terra Santa nasceu e viveu Jesus Cristo. Já há quase 2 mil anos, os cristãos são testemunhas disso. O objetivo do Sínodo dos Bispos, como bem indica o Instrumentum laboris, consiste em confirmar e reforçar a identidade dos cristãos mediante a Palavra de Deus e os Sacramentos.

Além disso, se deveria reavivar a comunhão eclesial entre as seis Igrejas Católicas Orientais sui iuris, que além da Igreja de rito latino, estão presentes no Oriente Médio. Aprofundando os laços de comunhão entre tais Igrejas, ricas de um grande patrimônio espiritual, litúrgico, teológico, deseja-se favorecer uma troca de dons para o bem de todos os católicos, aliás, de todos os cristãos. Esses são convidados a redescobrir a própria fé e a dar testemunho de vida cristã autêntica, jubilosa e atraente.

GP – Como vê a Igreja Católica a sua missão no Oriente Médio no contexto político, social e inter-religioso?

O objetivo da Assembleia Especial do Sínodo dos Bispos é principalmente pastoral, mesmo que os participantes não possam ignorar a atual situação social e política da região. De qualquer maneira, os bispos se concentrarão principalmente no tema da assembleia sinodal, quer dizer, na comunhão e no testemunho cristão. Trata-se, em primeiro lugar, de uma reflexão que diz respeito à Igreja Católica presente, mesmo que em modo diverso, em todos os países do Oriente Médio. Obviamente, a comunhão diz respeito também à relação com as outras Igrejas e comunidades eclesiais e, portanto, tem importantes consequências no diálogo ecumênico. No Oriente Médio tal diálogo deu notáveis passos à frente. Espera-se que o próximo Sínodo dê um impulso em tal direção.

Por outro lado, também serão convidados para Assembleia sinodal os ditos delegados fraternos, representantes das mais significativas Igrejas e comunidades eclesiais do Oriente Médio. O diálogo então expande aos representantes de outras duas religiões monoteístas do Oriente Médio; ao judaísmo e ao islã. Isso torna-se cada vez mais importante para a necessidade de conhecer-se melhor e de estar dispostos a colaborar na construção de um mundo melhor no qual haverá a paz, a justiça, o progresso e a liberdade religiosa para todos.

 

 

 

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