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Em visita à Sinagoga de Roma, Bento XVI faz votos de um empenho comum em testemunhar a fé em Deus

Cidade do Vaticano (Terça, 19-01-2010, Gaudium Press) O Papa Bento XVI visitou, na tarde de domingo (17), a sinagoga de Roma, onde foi recebido pelo presidente da Comunidade Judaica de Roma, Riccardo Pacifici, pelo presidente da Comunidade Judaica Italiana, Renzo Gattegna e pelo rabino-chefe da Sinagoga de Roma, Riccardo Di Segni. No encontro, o Santo Padre falou sobre a responsabilidade comum entre hebreus e católicos em testemunhar a fé no Deus Único.

A visita que, assim como aquela de João Paulo II em 13 de abril de 1986, foi chamada “histórica”, começou com a deposição de flores na lápide que recorda a deportação, do dia 16 de outubro de 1943, de 1.021 hebreus para o campo de concentração de Auschwitz-Birkena.

Bento XVI fez uma pequena parada também diante da placa que recorda o atentado do dia 9 de outubro de 1982, na qual perdeu a vida o menino de dois anos, Stefano Taché, e outras 37 pessoas que ficaram feridas quando saíam do Templo. O pontífice estava vestido em modo simples com a batina branca, o que demonstrava mais sua função religiosa do que a de chefe de Estado.

Em seu discurso, Bento XVI agradeceu ao rabino-chefe da Sinagoga de Roma pelo convite e pelas significativas palavras a ele proferidas, assim como às outras personalidades do mundo judaico ali presentes.

“Vindo até vocês pela primeira vez como cristão e como Papa, o meu venerável predecessor João Paulo II, há quase 24 anos, quis dar uma contribuição decisiva em favor da consolidação das boas relações entre as nossas comunidades, para superar toda incompreensão e preconceito”.

Com sentimentos de viva cordialidade, o pontífice manifestou sua “estima” e “afeto” que toda a Igreja Católica “nutre por esta Comunidade e pelas Comunidades Judaicas espalhadas pelo mundo”.

“Com sentimentos de viva cordialidade me encontro em meio a vocês para manifestar a estima e o afeto que o Bispo e a Igreja de Roma, e toda a Igreja Católica, nutrem por esta Comunidade e pelas Comunidades Judaicas espalhadas pelo mundo”, afirmou.

Bento XVI também recordou o significado do Concílio Vaticano II ao afirmar que este “deu um decisivo impulso ao compromisso de percorrer um caminho irrevogável de diálogo, de fraternidade e de amizade” que, depois na história de ambas as religiões, possibilitou eventos como a visita do pontífice à Sinagoga ou viagens à Terra Santa.

“Conservo bem vivo em meu coração todos os momentos da peregrinação que tive a alegria de realizar na Terra Santa, em maio do ano passado, como também os vários encontros com comunidades e organizações judaicas, em particular os das sinagogas de Colônia e Nova Iorque”, ressaltou Bento XVI.

Na relação entre cristãos e judeus a questão mais importante no mundo presente, segundo o Papa, é “testemunhar a fé em um Deus único que se realiza nos Dez Mandamentos” e que constituem “a chama da ética, da esperança e do diálogo, estrela polar da fé e da moral do povo de Deus, e ilumina e guia também o caminho dos cristãos”.

“As “Dez Palavras” pedem respeito, a proteção da vida contra injustiça e exploração, reconhecendo o valor de toda pessoa humana criada segundo a imagem e semelhança de Deus. Quantas vezes, em toda parte da terra, próxima ou distante, são ainda violados a dignidade, a liberdade, os direitos do ser humano!”

Segundo Bento XVI, cristãos e judeus possuem “uma grande parte comum de patrimônio espírita, rezam ao mesmo Senhor, possuem as mesmas raízes, mas continuam reciprocamente desconhecidos um ao outro”.

“Cabe a nós, como resposta ao chamado de Deus, trabalhar para que permaneça sempre aberto o espaço para o diálogo, o respeito recíproco, o crescimento na amizade, o testemunho comum diante dos desafios de nosso tempo, que nos convidam a colaborar para o bem da humanidade neste mundo criado por Deus, o Onipotente e Misericordioso”, ressaltou Bento XVI.

O Papa concluiu seu discurso invocando do Senhor o “dom precioso da paz na Terra Santa” e no mundo inteiro e pediu a Deus para que reforce, cada vez mais, a fraternidade e o diálogo entre católicos e judeus.

 

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